Advogado suspeito de envolvimento com facção criminosa está preso na Penitenciária

31/08/2012 - 04h03

<p style="text-align: justify;">Carta apreendida em pres&iacute;dio den&uacute;ncia que outros advogados tamb&eacute;m participam de esquema de entrada de celulares no pres&iacute;dio<br />O advogado Roberto Jos&eacute; Nassutti Fiore, de 43 anos, &nbsp;foi levado para a Penitenci&aacute;ria Regional de Araraquara nesta sexta-feira (30). Ele cumpria pris&atilde;o domiciliar e n&atilde;o reagiu &agrave; deten&ccedil;&atilde;o.<br />O mandado de pris&atilde;o foi expedido pela Justi&ccedil;a no final da manh&atilde;. O delegado Elton Hugo Negrini, titular da DIG, est&aacute; concluindo provas contra o defensor. O inqu&eacute;rito deve ser conclu&iacute;do nos pr&oacute;ximos dias.<br />A DIG tem fortes ind&iacute;cios da culpa de Fiore no epis&oacute;dio das muletas recheadas com seis celulares e que seriam levadas &agrave; Penitenci&aacute;ria Regional pelo detento Nilton Senapeschi, 42.<br />Fiore poderia receber R$ 8 mil, caso os celulares chegassem ao pres&iacute;dio. O delegado Fernando Bravo, da DIG, s&oacute; n&atilde;o soube precisar se o dinheiro seria pago por cada aparelho ou pelo lote apreendido.<br />A investiga&ccedil;&atilde;o teve acesso aos registros de entrada e sa&iacute;da de pessoas na Penitenci&aacute;ria de Araraquara. Na &uacute;ltima sexta-feira (24), as 14h20, Fiore visitou dez detentos. Tr&ecirc;s presos est&atilde;o ligados ao Primeiro Comando da Capital (PCC).&nbsp;<br />Entre os presos visitados, &nbsp;estava o companheiro de cela de Senapeschi, que quebrou a muleta ao chegar no F&oacute;rum na segunda-feira (27).<br />A investiga&ccedil;&atilde;o comprometem ainda mais a situa&ccedil;&atilde;o do advogado. A pol&iacute;cia n&atilde;o tem d&uacute;vida do envolvimento de Fiore com a fac&ccedil;&atilde;o criminosa Primeiro Comando da Capital (que lidera os pres&iacute;dios no Estado).&nbsp;<br />O delegado Fernando Bravo, da DIG, acredita que Senapeschi tenha entrado como &ldquo;laranja&rdquo; no esquema de facilita&ccedil;&atilde;o de entrada de aparelhos celulares dentro do pres&iacute;dio. Segundo o policial, Senapeschi sairia da pris&atilde;o em poucos dias. Bravo acredita que ele &ndash; detento - n&atilde;o iria ao ponto de ter sua sa&iacute;da prorrogada.&nbsp;<br />Antes do epis&oacute;dio da apreens&atilde;o dos celulares, a pol&iacute;cia j&aacute; investigava o esquema de entrada de celulares na unidade prisional local.<br />Uma carta apreendida dentro da penitenci&aacute;ria no &uacute;ltimo dia 13 de agosto, alertou a pol&iacute;cia sobre esse tipo de crimes. O texto do manuscrito revela que outros advogados fa&ccedil;am parte do esquema para levar os aparelhos aos detentos.<br />Em um trecho da carta escrita no dia 9 de agosto, havia informa&ccedil;&atilde;o de que os presos receberiam em breve novos telefones m&oacute;veis.&nbsp;<br />O manuscrito revela que um preso identificado como &ldquo; sintonia Raio 1&rdquo;, relata que j&aacute; est&aacute; tomando as medidas cab&iacute;veis juntamente com a sintonia dos gravatas&rdquo;. A carta deveria ser entregue ao detento intitulado &ldquo;Raio 8&rdquo;.&nbsp;<br />O termo &ldquo;gravatas&rdquo; significa advogados dos presos. Como a palavra foi escrita no plural, a pol&iacute;cia acredita que existem outros advogados no esquema.&nbsp;<br />Outro trecho da carta relata a facilidade dos aparelhos entrarem na penitenci&aacute;ria. &ldquo;Fala pra ele (detento) que tem mais seis aparelhos que foram jogados na muralha segunda-feira (e que &eacute; para) ele pegar no mesmo lugar que ele pegou os outros&rdquo;.&nbsp;<br />O preso que elaborou a carta tamb&eacute;m enaltece a fac&ccedil;&atilde;o criminosa. &ldquo;Todos devem lutar para mostrar o significado do Primeiro Comando da Capital (PCC). Ele continua dizendo que a for&ccedil;a da fac&ccedil;&atilde;o &ldquo;&eacute; muito grande&rdquo;.</p>