MPT flagra irregularidades em obras do programa federal Minha Casa, Minha Vida

Procuradores e fiscais do MT levantam graves problemas de saúde e segurança em Araraquara e Taquaritinga

12/10/2012 - 05h44

<p style="text-align: justify;">Uma opera&ccedil;&atilde;o do Minist&eacute;rio P&uacute;blico do Trabalho verificou irregularidades trabalhistas em obras do programa Minha Casa, Minha Vida, nas cidades de Araraquara e Taquaritinga, interior de S&atilde;o Paulo. A dilig&ecirc;ncia contou com a participa&ccedil;&atilde;o de fiscais do Minist&eacute;rio do Trabalho e Emprego e de representantes do Sindicato dos Trabalhadores da Constru&ccedil;&atilde;o Civil.<br />A inspe&ccedil;&atilde;o d&aacute; seguimento ao trabalho de repress&atilde;o a irregularidades trabalhistas nos canteiros de obra de todo o pa&iacute;s, iniciado na Semana Nacional pelo Trabalho Seguro na Constru&ccedil;&atilde;o Civil, programa da Codemat (Coordenadoria Nacional de Defesa do Meio Ambiente de Trabalho), do MPT, que busca a regulariza&ccedil;&atilde;o do setor nas quest&otilde;es de seguran&ccedil;a e sa&uacute;de do trabalho.<br />Na &uacute;ltima ter&ccedil;a-feira (9), os procuradores Rafael de Ara&uacute;jo Gomes e Lia Magnoler vistoriaram o canteiro de obras dos conjuntos residenciais Anunciata Palmira Barbieri, Maria Helena Lepre Barbieri e Romilda Taparelli Barbieri, localizados no bairro Selmi Dei, em Araraquara.No canteiro de aproximadamente 1 km&sup2; est&atilde;o sendo constru&iacute;das 1300 casas populares com verbas da Caixa Econ&ocirc;mica Federal, sob a responsabilidade da construtora Infrat&eacute;cnica, de Franca (SP).<br />Trabalhavam no local cerca de 200 empregados, sendo 70 trabalhadores contratados diretamente pela Infrat&eacute;cnica e os demais por dois terceiros, os empreiteiros Edvaldo Lira de Lima e Devair da Silva.<br />&ldquo;Os dois terceiros s&atilde;o meros arregimentadores de m&atilde;o de obra, e as empresas &ldquo;de fachada&rdquo; por eles titularizadas, em nome das quais est&aacute; registrada a maior parte dos trabalhadores, s&atilde;o na pr&aacute;tica geridas contabilmente pela pr&oacute;pria Infrat&eacute;cnica. A contabilidade dessas supostas terceirizadas &eacute; realizada pelo escrit&oacute;rio de contabilidade da Infrat&eacute;cnica em Franca. At&eacute; a anota&ccedil;&atilde;o das carteiras dos empregados das terceirizadas &eacute; realizada em Franca pela Infrat&eacute;cnica, limitando-se os terceiros a recolher os documentos. Os equipamentos de prote&ccedil;&atilde;o individual s&atilde;o todos distribu&iacute;dos pela Infrat&eacute;cnica aos trabalhadores supostamente terceirizados, sendo que &eacute; a construtora quem recolhe, diretamente, o FGTS desses mesmos funcion&aacute;rios&rdquo; apontam os procuradores.<br />Al&eacute;m da fraude identificada na &ldquo;terceiriza&ccedil;&atilde;o&rdquo;, o MPT e o MTE tamb&eacute;m identificaram irregularidades na forma de contrata&ccedil;&atilde;o dos trabalhadores, vindos do Piau&iacute; e do Maranh&atilde;o. Esta contrata&ccedil;&atilde;o era feita por telefone, com subsequente deslocamento dos trabalhadores at&eacute; Araraquara sem aten&ccedil;&atilde;o &agrave;s exig&ecirc;ncias legais, o que pode configurar o aliciamento de m&atilde;o de obra.<br />&ldquo;Reconheceram os falsos terceiros, arregimentadores de m&atilde;o de obra, a pr&aacute;tica permanente e generalizada de pagamento &ldquo;por fora&rdquo; de sal&aacute;rio, sendo consignado na carteira e nos holerites apenas o piso da categoria, muito embora a remunera&ccedil;&atilde;o verdadeira seja significativamente superior. Todo o pagamento, entretanto, inclusive o &ldquo;por fora&rdquo;, &eacute; realizado mediante dep&oacute;sito em conta do trabalhador&rdquo;, afirmam os procuradores.<br />Foram identificados trabalhadores sem registro em carteira, sem equipamentos de prote&ccedil;&atilde;o e outros problemas no fornecimento de sanit&aacute;rios. A fiscaliza&ccedil;&atilde;o flagrou a infra&ccedil;&atilde;o &agrave; lei trabalhista na parte el&eacute;trica da obra e tamb&eacute;m fraudes no registro de ponto.<br /><br /><br />Alojamentos<br /><br /><br />Os alojamentos dos trabalhadores da obra estavam em condi&ccedil;&otilde;es prec&aacute;rias de estrutura e higiene, segundo apurado na vistoria.<br />Entre as irregularidades, pode-se citar a falta de espa&ccedil;amento entre as camas, superlota&ccedil;&atilde;o, falta de circula&ccedil;&atilde;o de ar, aus&ecirc;ncia de janelas, botij&otilde;es de g&aacute;s em locais fechados, falta de higiene (lixo espalhado) e dormit&oacute;rios improvisados em garagens e at&eacute; na cozinha.<br /><br /><br />Taquaritinga<br /><br /><br />Outra obra do programa Minha Casa, Minha Vida, foi vistoriada no dia 10 de outubro, dessa vez em Taquaritinga. Mais uma vez contando com o apoio do Minist&eacute;rio do Trabalho e Emprego, o MPT inspecionou o canteiro de constru&ccedil;&atilde;o de pr&eacute;dios verticais de 7 blocos.<br />No local haviam 60 empregados, sendo 4 da construtora Pacaemb&uacute; Empreendimentos e Constru&ccedil;&otilde;es Ltda e 56 contratados pela terceirizada Gomes e Rodrigues.<br />Os procuradores listaram cerca de 8 irregularidades encontradas na obra, sendo elas: aus&ecirc;ncia de arm&aacute;rios e vesti&aacute;rios; refeit&oacute;rio com n&uacute;mero insuficiente de assentos e mesas; falta de copos nos bebedouros; andaime irregular; falta de capacita&ccedil;&atilde;o do operador de m&aacute;quinas; &nbsp;manipula&ccedil;&atilde;o do cart&atilde;o de ponto, com marca&ccedil;&atilde;o apenas do hor&aacute;rio contratual e das horas extras em caderno separado; pagamento salarial &ldquo;por fora&rdquo; de bonifica&ccedil;&otilde;es e horas extras; e trabalho sem registro.<br />A conduta irregular das empresas deve render autos de infra&ccedil;&atilde;o aplicados pelo Minist&eacute;rio do Trabalho. As construtoras e terceirizadas foram notificadas a comparecer em audi&ecirc;ncia no MPT em Araraquara, oportunidade na qual ser&aacute; proposta a assinatura de TAC (Termo de Ajuste de Conduta) para regularizar os canteiros e alojamentos segundo a lei trabalhista.&nbsp;<br /><br /><br />DIG prende dupla que levou R$ 27 mil de lot&eacute;rica<br /><br />Dois homens de 23 e 27 anos foram presos pela Delegacia de Investiga&ccedil;&otilde;es Gerais (DIG) de Araraquara na manh&atilde; desta quina-feira (11), no Jardim Iguatemi, zona sul de Araraquara. A dupla &eacute; acusada de roubar R$ 27 mil de uma casa loteria no Centro da cidade no m&ecirc;s passado. Outro participante do assalto est&aacute; foragido.&nbsp;Na casa dos acusados, a pol&iacute;cia encontrou duas motocicletas de 250 e 600 cilindradas. A pol&iacute;cia n&atilde;o sabe se as motocicletas foram usadas no assalto. Os jovens ficaram detidos na cadeia p&uacute;blica de Jaboticabal.</p>