Edinho reúne Incra e assentados para buscar solução ao impasse no Bela Vista

01/11/2012 - 01h47

<p style="text-align: justify;">O deputado estadual e presidente do PT Paulista, Edinho Silva, intermediou na tarde desta quarta-feira, dia 31, uma audi&ecirc;ncia entre a Superintend&ecirc;ncia do Incra e uma comiss&atilde;o formada por cerca de vinte assentados do Bela Vista. O objetivo foi discutir e formalizar um pacto entre as partes a fim de resolver o impasse sobre o plantio e o cultivo da cana de a&ccedil;&uacute;car no local. Como principais encaminhamentos da reuni&atilde;o est&atilde;o a autoriza&ccedil;&atilde;o para a colheita da safra atual e a redu&ccedil;&atilde;o de forma gradativa da cana com a substitui&ccedil;&atilde;o de outras culturas com apoio t&eacute;cnico do &oacute;rg&atilde;o. &ldquo;Mas isso n&atilde;o significa o fim do plantio da cana de a&ccedil;&uacute;car e sim a limita&ccedil;&atilde;o da &aacute;rea plantada&rdquo;, explica o parlamentar.&nbsp;<br />A comiss&atilde;o de assentados foi recebida pelo Superintendente Wellington Diniz e uma equipe t&eacute;cnica do Incra, em S&atilde;o Paulo. Tamb&eacute;m estiveram junto com Edinho, intermediando a reuni&atilde;o, o vereador de Araraquara, &Eacute;dio Lopes e o deputado Sim&atilde;o Pedro, Coordenador da Frente Parlamentar pela Reforma Agr&aacute;ria na Assembleia.<br />Na reuni&atilde;o, Edinho lembrou que o assunto n&atilde;o &eacute; novo e que &eacute; necess&aacute;rio pactuar um caminho para a supera&ccedil;&atilde;o do conflito de forma permanente no Assentamento Bela Vista. &ldquo;&Eacute; preciso uma solu&ccedil;&atilde;o que n&atilde;o desvirtue os objetivos da Reforma Agr&aacute;ria e, ao mesmo tempo, mantenha a capacidade de sobreviv&ecirc;ncia dos assentados&rdquo;.<br />Para ele, a n&atilde;o supera&ccedil;&atilde;o desse impasse coloca em xeque e enfraquece a pol&iacute;tica da Reforma Agr&aacute;ria no pa&iacute;s. &ldquo;Quero colocar meu mandato &agrave; disposi&ccedil;&atilde;o para construir um caminho com voc&ecirc;s que seja de fortalecimento da reforma agraria, de uma nova forma de organiza&ccedil;&atilde;o da sociedade, na qual quem n&atilde;o tem possa ter. Resolvendo o impasse no Bela Vista temos for&ccedil;a para defender a Reforma Agr&aacute;ria em outros assentamentos&rdquo;, afirmou Edinho que esteve presente no Bela Vista desde o in&iacute;cio do projeto na d&eacute;cada de 80 e, enquanto prefeito, implementou diversas pol&iacute;ticas p&uacute;blicas garantindo muitos investimentos nos assentamentos do munic&iacute;pio, inclusive organizando o Or&ccedil;amento Participativo. &nbsp;<br /><br /><br />Cana e outras culturas<br /><br />Segundo Edinho, o Incra n&atilde;o &eacute; contra o cultivo da cana de a&ccedil;&uacute;car no assentamento. &ldquo;&Eacute; um produto que tem mercado, que gera divisas ao pa&iacute;s, emprego e renda. Muitos que est&atilde;o aqui plantam a cana para se manter no assentamento. O que n&atilde;o &eacute; poss&iacute;vel &eacute; que o Bela Vista se torne um plantio de cana. &Eacute; preciso que outras culturas sejam produzidas como por exemplo o arroz, o feij&atilde;o, a ab&oacute;bora. O Incra est&aacute; aqui para fazer exatamente esse debate com voc&ecirc;s. Qual o melhor caminho para o Bela Vista? Quais as culturas devem ser inseridas e de que forma? N&oacute;s queremos que a Reforma Agr&aacute;ria cres&ccedil;a&rdquo;, destacou o parlamentar que defendeu ainda uma reaproxima&ccedil;&atilde;o urgente do &oacute;rg&atilde;o com os assentamentos da regi&atilde;o.<br />&nbsp;A fala de Edinho foi refor&ccedil;ada pelo Superintendente. &Agrave; disposi&ccedil;&atilde;o dos assentados, Diniz destacou que o Incra quer ser parceiro e est&aacute; do mesmo lado na mesa de negocia&ccedil;&atilde;o. Segundo ele, h&aacute; uma determina&ccedil;&atilde;o clara do Governo Dilma pela qualifica&ccedil;&atilde;o dos assentamentos do Brasil, fazendo com que haja a chamada inclus&atilde;o produtiva. Ele deu exemplos de v&aacute;rios programas hoje dispon&iacute;veis aos assentados e pequenos produtores que significam n&atilde;o s&oacute; assist&ecirc;ncia t&eacute;cnica, mas est&iacute;mulo &agrave; produ&ccedil;&atilde;o e facilidade ao escoamento como Pronaf (Programa Nacional de Agricultura Familiar), PAA (Programa de Aquisi&ccedil;&atilde;o de Alimentos) e o mais recente PNAE (Programa Nacional de Alimenta&ccedil;&atilde;o Escolar) na qual o governo &eacute; obrigado a adquirir 30% dos produtos para a merenda dos agricultores familiares. &ldquo;Mais de 70% do alimento que vai para a mesa do brasileiro &eacute; da agricultura familiar. Mais de 65% dos empregos gerados no mundo rural v&ecirc;m da agricultura familiar&rdquo;, disse o superintendente.<br /><br /><br />Programa de Recupera&ccedil;&atilde;o do Assentamento<br /><br />Na reuni&atilde;o, o Incra apresentou um documento que prop&otilde;e o Programa de Recupera&ccedil;&atilde;o do Assentamento que poder&aacute; adequar o cultivo da cana &agrave;s legisla&ccedil;&otilde;es agr&aacute;rias, ambientais e trabalhistas vigentes com participa&ccedil;&atilde;o de t&eacute;cnicos especializados a fim de proporcionar o modo de produ&ccedil;&atilde;o adequado e policulturas no Assentamento. &ldquo;A ideia &eacute; que seja um compromisso de adequa&ccedil;&atilde;o do uso e explora&ccedil;&atilde;o do lote aos par&acirc;metros da agricultura familiar visando o desenvolvimento socioecon&ocirc;mico de suas fam&iacute;lias por meio da diversifica&ccedil;&atilde;o da produ&ccedil;&atilde;o, uso sustent&aacute;vel de recursos naturais e conserva&ccedil;&atilde;o do solo e conviv&ecirc;ncia harmoniosa na comunidade&rdquo;, diz um trecho do documento. &ldquo;O Incra est&aacute; muito disposto a debater, a se reaproximar do Assentamento e ajudar na implementa&ccedil;&atilde;o dos programas no local&rdquo;, reafirmou Diniz.<br />Sim&atilde;o Pedro destacou em sua fala a for&ccedil;a da Reforma Agr&aacute;ria durante o governo Lula e com continuidade no governo Dilma. &ldquo;A gente tem uma luta grande. S&oacute; no governo Lula foram assentadas seis mil fam&iacute;lias no estado onde o conservadorismo e os oponentes &agrave; Reforma Agr&aacute;ria s&atilde;o fortes&rdquo;, afirmou. J&aacute; &Eacute;dio Lopes que tem acompanhado de perto a negocia&ccedil;&atilde;o, acredita nessa sa&iacute;da de que uma parte dos lotes individuais seja destinada para o plantio da cana e o restante da gleba para o plantio de outras culturas. &ldquo;A cana &eacute; vendida &agrave;s usinas e gera receita para que o produtor possa investir na propriedade e, assim, dedicar-se &agrave; agricultura familiar, como o plantio de frutas e hortali&ccedil;as que s&atilde;o comercializadas na feira do produtor na cidade&rdquo;.</p>