Acidentes com animais peçonhentos crescem 157%

O desiquilíbrio ecológico é uma das causas para esse aumento. O Ministério da Saúde alerta sobre os cuidados que a população deve adotar

09/11/2012 - 03h18

<p style="text-align: justify;">Entre os meses de novembro a mar&ccedil;o, aumentam os acidentes provocados por animais pe&ccedil;onhentos, tanto na zona rural, como na urbana. Levantamento realizado pela Unidade T&eacute;cnica de Vigil&acirc;ncia de Zoonoses do Minist&eacute;rio da Sa&uacute;de indica que houve um crescimento de 157% no n&uacute;mero de notifica&ccedil;&otilde;es, nos &uacute;ltimos 10 anos. Somente em 2011, ocorreram mais de 139 mil acidentes, com 293 &oacute;bitos.<br />Os especialistas apontam in&uacute;meras causas para esse aumento, entre eles o desequil&iacute;brio ecol&oacute;gico, as chuvas que desalojam os animais entocados, e ainda coincide com o per&iacute;odo reprodutivo de alguns desses animais. O coordenador da Unidade T&eacute;cnica de Vigil&acirc;ncia em Zoonoses do Minist&eacute;rio da Sa&uacute;de, Eduardo Caldas, relaciona quais fatores que contribuem para o aumento dos acidentes. &ldquo;As chuvas desalojam os animais que vivem em tocas, como escorpi&otilde;es, aranhas e serpentes. Eles acabam procurando abrigo em locais mais secos, muitas vezes, dentro de resid&ecirc;ncias, aumentando, dessa forma, a chance de ocorr&ecirc;ncia de acidentes&rdquo;, explicou.&nbsp;<br />O coordenador lembrou ainda que nesse per&iacute;odo tamb&eacute;m aumentam as atividades nas lavouras, locais prop&iacute;cios para os acidentes com cobras. Ele citou outros cen&aacute;rios que corroboram para este aumento: &ldquo;No ver&atilde;o, as pessoas aproveitam suas f&eacute;rias em atividades ao ar livre, como passeios em cachoeiras e trilhas, aumentando assim, o risco de contato com serpentes e outros animais pe&ccedil;onhentos&rdquo;, enumerou Caldas.<br />Os acidentes, dependendo dos animais, s&atilde;o mais frequentes nas cidades do que no campo. A regi&atilde;o Sudeste, por exemplo, &eacute; a campe&atilde; no n&uacute;mero de acidentes com escorpi&otilde;es - 22.579 casos em 2011, sendo Minas Gerais o estado com maior n&uacute;mero de casos: 13.428. J&aacute; na regi&atilde;o Nordeste, os acidentes mais comuns s&atilde;o por escorpi&otilde;es &ndash; mais de 30 mil casos em 2011; o estado com maior registro de acidentes foi a Bahia, com quase 10.500 casos. A regi&atilde;o Sul registra o maior n&uacute;mero de acidentes com aranhas do pa&iacute;s: 18.052 casos em 2011; o estado do Paran&aacute; registrou 9.326 casos. As regi&otilde;es Norte e Centro-Oeste t&ecirc;m o maior registro de acidentes envolvendo serpentes: 9.329 e 3.326 casos, respectivamente.<br /><br />CUIDADOS - O Minist&eacute;rio da Sa&uacute;dealerta para os cuidados que as pessoas devem ter, al&eacute;m das medidas b&aacute;sicas de preven&ccedil;&atilde;o. Em caso de acidentes, a pessoa deve ser encaminhada o mais r&aacute;pido poss&iacute;vel para o hospital. Durante o socorro, ela deve se mover o m&iacute;nimo poss&iacute;vel. O membro atingido deve ser colocado numa posi&ccedil;&atilde;o mais elevada em rela&ccedil;&atilde;o ao corpo e o local da picada pode ser lavado apenas com &aacute;gua e sab&atilde;o. Em casos de acidentes por &aacute;guas-vivas e caravelas, deve ser aplicada compressa de &aacute;gua gelada do mar (n&atilde;o utilizar &aacute;gua doce), e evitar esfregar a &aacute;rea acometida, ou aplica&ccedil;&atilde;o de vinagre. Nunca colocar outras subst&acirc;ncias como urina, cacha&ccedil;a, borra de caf&eacute;, em nenhum tipo de acidente por animal pe&ccedil;onhento, pois pode ocasionar um quadro de infec&ccedil;&atilde;o. O tratamento &eacute; oferecido gratuitamente em hospitais do SUS de todos os estados.<br /><br />PREVEN&Ccedil;&Atilde;O &ndash; Para evitar acidentes com escorpi&otilde;es e aranhas, a pessoa deve usar cal&ccedil;ados e luvas nas atividades rurais e de jardinagem; examinar cal&ccedil;ados e roupas pessoais, de cama e banho, antes de us&aacute;-las; vedar frestas e buracos em paredes, assoalhos, forros e rodap&eacute;s; utilizar telas, vedantes ou sacos de areia em portas, janelas e ralos; preservar predadores naturais como seriemas, corujas, sapos, lagartixas e galinhas; limpar terrenos baldios pelo menos na faixa de um a dois metros junto ao muro ou cercas.<br />Acidentes por serpentes - N&atilde;o andar descal&ccedil;o, utilizando sempre sapados fechadas associados a perneiras (ou botas de cano longo), e luvas de couro nas atividades rurais e de jardinagem; nunca colocar as m&atilde;os em tocas ou buracos na terra, ocos de &aacute;rvores, cupinzeiros, entre espa&ccedil;os situados em montes de lenha ou entre pedras. Controlar o n&uacute;mero de roedores existentes na &aacute;rea para evitar a aproxima&ccedil;&atilde;o de serpentes venenosas que deles se alimentam. No amanhecer e no entardecer, evitar a aproxima&ccedil;&atilde;o da vegeta&ccedil;&atilde;o muito pr&oacute;xima ao ch&atilde;o, gramados ou at&eacute; mesmo jardins, pois &eacute; nesse momento que as serpentes est&atilde;o em maior atividade.<br />Acidentes com Lonomia (lagartas) : Ao realizar atividades de jardinagem ou qualquer outra atividade em ambientes silvestres, observar bem o local - troncos, folhas, gravetos - antes de manuse&aacute;-los, fazendo sempre o uso de luvas para evitar o acidente.<br />Acidentes com abelhas: Abelhas e marimbondos s&atilde;o atra&iacute;dos por sons, odores e cores, como sons de motores de aparelhos de jardinagem e som de motores de popa. No campo, o trabalhador deve atentar para a presen&ccedil;a de abelhas, principalmente no momento de arar a terra com tratores. As retiradas de colmeias devem ser feitas, preferencialmente, &agrave; noite ou ao entardecer, quando os insetos est&atilde;o calmos, com roupa protetora e, principalmente, por profissional competente.</p>