Aposentados e pensionistas da Câmara reúnem-se com Promotor Público

Em reunião solicitada pelo vereador Boi, ex-funcionários expuseram o desespero com ação da Justiça

14/11/2012 - 02h55

<p style="text-align: justify;">O Promotor Raul de Melo Franco J&uacute;nior reuniu-se na tarde de segunda-feira, dia 12, com funcion&aacute;rios da ativa, aposentados e pensionistas da C&acirc;mara Municipal, a convite do Presidente da C&acirc;mara Municipal, vereador Aluisio Braz, o Boi (PMDB). O Promotor esclareceu os servidores sobre os processos que tramitam na Justi&ccedil;a, sobre a suspens&atilde;o do pagamento da complementa&ccedil;&atilde;o salarial e do vale alimenta&ccedil;&atilde;o.<br />Em Araraquara existem 1.230 aposentados e pensionistas do servi&ccedil;o p&uacute;blico municipal entre Prefeitura, C&acirc;mara e Departamento Aut&ocirc;nomo de &Aacute;gua e Esgoto. A Procuradoria Geral da Justi&ccedil;a acionou o Minist&eacute;rio P&uacute;blico Municipal por entender que os pagamentos da complementa&ccedil;&atilde;o salarial e do vale alimenta&ccedil;&atilde;o n&atilde;o s&atilde;o corretos. No caso da complementa&ccedil;&atilde;o salarial a inconstitucionalidade da pr&aacute;tica estaria na falta de um fundo financeira que garantisse a estrutura econ&ocirc;mica para os pagamentos.<br />J&aacute; com o vale alimenta&ccedil;&atilde;o, o entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF) &eacute; de que o benef&iacute;cio n&atilde;o pode ser pago para inativos. O custo anual das duas opera&ccedil;&otilde;es representa o valor de R$ 12 milh&otilde;es ao ano para o munic&iacute;pio, sem fonte de custeio. O valor sai diretamente do or&ccedil;amento municipal. Esta &eacute; a ilegalidade apontada pela Justi&ccedil;a. O Promotor afirmou ainda que n&atilde;o haveria direito adquirido quando a lei &eacute; inconstitucional.<br />O problema n&atilde;o &eacute; novo. Desde o final da d&eacute;cada de 1990 o Tribunal de Contas do Estado de S&atilde;o Paulo tem feito apontamentos em todas as presta&ccedil;&otilde;es de contas anuais do munic&iacute;pio sobre a pr&aacute;tica, demonstrando o aumento do custo para os cofres p&uacute;blicos e a falta de uma fonte de custeio, ou seja, o funcion&aacute;rio recebe um benef&iacute;cio para o qual ele n&atilde;o contribuiu. Diferente da Previd&ecirc;ncia Social ou das Previd&ecirc;ncias Privadas.<br />O vereador Boi convidou o Promotor para a reuni&atilde;o preocupado com o impacto social que a determina&ccedil;&atilde;o da Justi&ccedil;a representa na vida dos servidores p&uacute;blicos aposentados e seus pensionistas. &ldquo;&Eacute; quase uma trag&eacute;dia social para essas pessoas. Elas ter&atilde;o que mudar radicalmente seus padr&otilde;es de vida para se adaptarem &agrave; determina&ccedil;&atilde;o. Algumas recebem um valor muito baixo da Previd&ecirc;ncia Social. A Prefeitura, acompanhada pela C&acirc;mara e pelo DAAE, buscam medidas para que o problema seja reduzido&rdquo;, afirmou Boi.<br />Outra preocupa&ccedil;&atilde;o do vereador &eacute; quanto aos coment&aacute;rios que come&ccedil;aram a surgir em torno do assunto. &ldquo;N&atilde;o &eacute; hora de tentar se projetar politicamente em cima da desgra&ccedil;a alheia, como estava ocorrendo com algumas pessoas que falaram inverdades para essa gente. Foi preciso fazer este esclarecimento para os aposentados e os pensionistas da C&acirc;mara. E o mais importante de tudo foi colocar a Justi&ccedil;a diante do problema social que representa a medida.<br />O Promotor foi sens&iacute;vel em prestar o esclarecimento e ouvir de cada um a manifesta&ccedil;&atilde;o de desespero que os cortes representam&rdquo;, concluiu Boi.</p>