MJ destina 1,1 bilhão para ampliar vagas em presídios

15/11/2012 - 03h27

<p style="text-align: justify;">O ministro da Justi&ccedil;a, Jos&eacute; Eduardo Cardozo, reafirmou o seu posicionamento de que &ldquo;prefere a morte a muitos anos de pris&atilde;o em alguns pres&iacute;dios brasileiros&rdquo;. Ele verificou as condi&ccedil;&otilde;es prec&aacute;rias e muitas vezes desumanas de pres&iacute;dios no Brasil nas visitas que fez a v&aacute;rios deles no in&iacute;cio de 2011, logo que assumiu o cargo, quando constatou um d&eacute;ficit de mais de 200 mil vagas no sistema prisional brasileiro. O ministro levou a quest&atilde;o &agrave; presidenta Dilma Rousseff e a Uni&atilde;o destinou R$ 1,1 bilh&atilde;o para os Estados e o Distrito Federal, por meio do Programa Nacional de Apoio ao Sistema Prisional, ampliarem o n&uacute;mero de vagas nos pres&iacute;dios.&nbsp;&ldquo;O primeiro passo para solucionar um problema &eacute; jamais escond&ecirc;-lo da popula&ccedil;&atilde;o e n&atilde;o esconder o sol com a peneira", enfatizou Cardozo.&nbsp;O ministro Cardozo est&aacute; em uma viagem a trabalho em Lima (Peru) e concedeu uma entrevista coletiva na tarde desta quarta-feira (14/11), na sede do Minist&eacute;rio da Justi&ccedil;a, por videoconfer&ecirc;ncia, para falar sobre o sistema prisional brasileiro.&nbsp;Diante do cen&aacute;rio que conheceu in loco nos pres&iacute;dios brasileiros, o ministro da Justi&ccedil;a constatou que h&aacute; 60 mil presos alojados em delegacias de pol&iacute;cia. Al&eacute;m disso, verificou a situa&ccedil;&atilde;o de presos que convivem com fezes, em espa&ccedil;os imposs&iacute;veis onde n&atilde;o se pode dormir e em que s&atilde;o violentados e agredidos.O Programa Nacional de Apoio ao Sistema Prisional criar&aacute; 42 mil novas vagas at&eacute; 2014. J&aacute; foram executados R$ 540 milh&otilde;es (R$ 270 milh&otilde;es em 2011 e R$ 270 milh&otilde;es em 2012) para gerar 22 mil vagas em 60 unidades prisionais. Outros R$ 290 milh&otilde;es j&aacute; possuem dota&ccedil;&atilde;o or&ccedil;ament&aacute;ria para 2013.&nbsp;O programa aprovou 20 projetos apresentados em 2011 e 40 apresentados em 2012. Os 20 referentes a 2011 est&atilde;o com contrato assinado, enquanto os demais 40 foram aprovados e est&atilde;o em fase de contrata&ccedil;&atilde;o. At&eacute; dezembro deste ano, os contratos referentes a essas 40 unidades ser&atilde;o assinados.&nbsp;Em 2011, o Minist&eacute;rio da Justi&ccedil;a, por meio do Departamento Penitenci&aacute;rio Nacional (Depen/MJ) executou R$ 270 milh&otilde;es do Programa Nacional de Apoio ao Sistema Prisional. Os 20 projetos foram apresentados pelos estados de Alagoas, Bahia, Cear&aacute;, Esp&iacute;rito Santo, Goi&aacute;s (4), Minas Gerais, Mato Grosso (2), Par&aacute;, Piau&iacute; (2), Paran&aacute;, Rio de Janeiro, Rond&ocirc;nia, Rio Grande do Sul, Sergipe e Tocantins, aprovados em 2011 e que representam 8.479 vagas.&nbsp;Este ano foram entregues 3.300 vagas contratadas no governo do ex-presidente Luiz In&aacute;cio Lula da Silva com recursos do Fundo Penitenci&aacute;rio Nacional (Funpen) do qual se originam a maior parte dos recursos do Programa Nacional de Apoio ao Sistema Prisional.Segundo Cardozo, as dificuldades na execu&ccedil;&atilde;o do programa de cria&ccedil;&atilde;o de vagas nas penitenci&aacute;rias n&atilde;o se devem a contingenciamentos no Or&ccedil;amento, mas sim a problemas administrativos.&nbsp;A quest&atilde;o da seguran&ccedil;a p&uacute;blica &eacute; entendida pela Uni&atilde;o e pelo Minist&eacute;rio da Justi&ccedil;a como um fen&ocirc;meno transversal e que deve ser trabalhado em v&aacute;rias frentes de atua&ccedil;&atilde;o. Como a in&eacute;dita campanha de vacina&ccedil;&atilde;o de presidi&aacute;rios, recursos para a pol&iacute;tica de sa&uacute;de do sistema prisional, o projeto de remiss&atilde;o de pena por leitura e trabalho e ado&ccedil;&atilde;o de penas alternativas para desafogar o sistema prisional e possibilitar a ressocializa&ccedil;&atilde;o dos detentos.&nbsp;Finalmente, Cardozo comentou que em v&aacute;rias situa&ccedil;&otilde;es um preso que comete um crime de menor potencial ofensivo que cumpre deten&ccedil;&atilde;o em penitenci&aacute;rias, acaba aprendendo na escola do crime ao inv&eacute;s de ter oportunidade de ressocializa&ccedil;&atilde;o.</p>