Câmara dos Deputados rejeita urgência em projeto contra prova da OAB

Autor: Moacir Silberschimidt
Fonte: Conjur.com.br 05/12/2012 - 04h37

<p style="text-align: justify;">O Plen&aacute;rio da C&acirc;mara dos Deputados rejeitou, nesta ter&ccedil;a-feira (4/12), o pedido de urg&ecirc;ncia para a tramita&ccedil;&atilde;o do Projeto de Lei 2.154/11, que prev&ecirc; o fim da exig&ecirc;ncia de aprova&ccedil;&atilde;o no Exame de Ordem para que bachar&eacute;is em Direito possam exercer a advocacia. O pedido de urg&ecirc;ncia foi rejeitado por 233 votos contra 145. Seis deputados se abstiveram.<br />O autor do projeto de lei &eacute; o deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que apresentou a proposta e passou a defender a extin&ccedil;&atilde;o da prova aplicada pela OAB depois que entidades da advocacia manifestaram descontentamento com a indica&ccedil;&atilde;o do parlamentar para a relatoria do projeto do novo C&oacute;digo de Processo Civil. Na ocasi&atilde;o, a OAB e o Instituto dos Advogados Brasileiros reivindicaram que o posto deveria ser ocupado por algu&eacute;m de not&aacute;vel saber jur&iacute;dico. O deputado Eduardo Cunha, que &eacute; economista, foi tirado da relatoria.<br />Os projetos em que se reconhece urg&ecirc;ncia na tramita&ccedil;&atilde;o v&atilde;o para vota&ccedil;&atilde;o direto pelo Plen&aacute;rio da C&acirc;mara, sem que seja preciso cumprir o ritual de serem discutidos e aprovados pelas comiss&otilde;es tem&aacute;ticas do Parlamento e pela Comiss&atilde;o de Constitui&ccedil;&atilde;o e Justi&ccedil;a. Para aprovar a urg&ecirc;ncia, s&atilde;o necess&aacute;rios 257 votos. Eduardo Cunha conseguiu somar apenas 145.<br />O presidente do Conselho Federal da OAB, Ophir Cavalcante Junior, comemorou a decis&atilde;o da C&acirc;mara. &ldquo;&Eacute; preciso elogiar o Parlamento pela serenidade, equil&iacute;brio e responsabilidade no debate dessa quest&atilde;o&rdquo;, afirmou. Para ele, &ldquo;o Exame de Ordem &eacute; um instrumento que garante o equil&iacute;brio das rela&ccedil;&otilde;es em sociedade a partir de uma boa qualifica&ccedil;&atilde;o da defesa dos cidad&atilde;os&rdquo;.<br />De acordo com Ophir, o fim do Exame trar&aacute; desequil&iacute;brio em preju&iacute;zo do cidad&atilde;o. &ldquo;Nos casos penais, por exemplo, o Estado acusador estar&aacute; bem preparado e poder&aacute; enfrentar uma defesa sem a devida qualifica&ccedil;&atilde;o&rdquo;, sustenta. &ldquo;O advogado garante os bens mais caros ao cidad&atilde;o, como a liberdade, a honra e o patrim&ocirc;nio. Por isso, tem de estar bem qualificado&rdquo;, defendeu. O presidente da OAB disse que a entidade atender&aacute; sempre a todos os pedidos do Congresso Nacional para discutir a mat&eacute;ria.<br />H&aacute; uma semana, a revista Consultor Jur&iacute;dico publicou texto que revela, a partir das corre&ccedil;&otilde;es feitas nas provas do Exame de Ordem, defici&ecirc;ncia de conhecimento jur&iacute;dico necess&aacute;rio de muitos candidatos para redigir uma simples peti&ccedil;&atilde;o.</p>