Proposta de vereadores cria associação de lavadores de túmulos
Fotógrafo: João Pires/LBF
19/05/2011 - 03h17
A destruição de tanques por parte da Secretaria de Serviços Públicos mobilizou os lavadores que procedem à limpeza de túmulos no cemitério São Bento. Prejudicados e preocupados eles contataram na manhã de quarta-feira os vereadores Serginho Gonçalves (PMDB) e Carlos Nascimento (PT) que agilizaram reunião de emergência no plenário da Câmara Municipal. A reunião contou ainda com a participação do presidente Aluisio Braz (Boi-PMDB), Elias Chediek Neto (PMDB), João Farias (PR) e Fernando Cesar Câmara (Galo-PV) e o coordenador da Secretaria de Serviços Públicos, Luiz Augusto da Silva Cesar.
Segundo os lavadores, cerca de 100 pessoas executam a atividade que permite a sobrevivência de seus familiares, iniciam os trabalhos por volta das 6 horas e nesta semana foram surpreendidos pela quebra dos tanques o que impede a coleta de água.
Informações dos lavadores dão conta que, cada um, lava entre 60 e 100 tanques semanalmente.
Para os lavadores a Secretaria de Serviços Públicos deveria ter conversado antes de tomar a medida drástica, pois os trabalhos não puderam ser realizados esta semana e eles serão cobrados por parte daqueles que os contrataram. Lembraram que o contato seria fácil porque todos já foram cadastrados pela administração do cemitério, subordinada a própria secretaria, no ano 2010.
Segundo alegado pelo coordenador a destruição ocorreu para evitar o desperdício de água e evitar a formação de criadouros do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue.
“Temos informações do gerente de serviços do cemitério que uma pessoa chega ao local por volta das 6 horas e circulando com uma bicicleta abre cada torneira dos 25 tanques, que acabam transbordando formando poças de água por todo espaço”. Alegou ainda que os lavadores cobram pelo serviço e o município arca com os gastos da vazão excessiva da água. “Não podemos aceitar o desperdício de água”.
Nascimento acentuou três pontos que considerou de suma importância, que a Prefeitura errou porque empreendeu uma ação sem consultar os lavadores, errou porque iniciou o cadastramento em 2010 e não concluiu e ao contrário de repelir as pessoas (lavadores) deveria torná-las parceiras na própria tarefa de fiscalizar a proliferação do mosquito Aedes aegypti. “Parceiros, não adversários”.
Aluisio Braz (Boi) enfatizou que os lavadores proporcionam economia ao município porque não houvesse este serviço, fatalmente caberia a própria Secretaria de Serviços Públicos realizá-los. Propôs o recadastramento e que os próprios lavadores passem a colaborar com o município no controle da proliferação do mosquito enfatizando ser “importante que vocês tenham conquistas e mais conquistas, e não derrotas”.
A conciliação, inclusive com a realização de uma nova reunião contando com a presença do secretário de Serviços Públicos, vereador Paulo Maranata foi proposta do conjunto dos vereadores também com Serginho Gonçalves, João Farias, e Galo, sugerindo Elias Chediek a busca de uma solução “que sirva ambas as partes”.
A busca de solução, com apresentação de propostas pela Prefeitura e lavadores deve ter continuidade em reunião a realizar-se nesta quinta-feira às 15 horas no plenário da Câmara Municipal. Destaque para nesta reunião a já formatação da Associação dos Responsáveis pela Limpeza e Higienização do Cemitério São Bento, organização não governamental que deverá segundo Nascimento, proceder ao cadastramento dos trabalhadores que portando jalecos, serão parceiros da municipalidade na limpeza e conservação.