Para parlamentar, estado de São Paulo corre risco de ficar fora do Mundial pela situação de indefinição e falta de liderança do Governo do estado
20/05/2011 - 04h34
O deputado estadual e presidente do PT do estado de São Paulo, Edinho Silva protocolou na tarde desta quinta-feira, dia 19, requerimento solicitando ao Governador Geraldo Alckmin informações sobre as medidas tomadas pelo estado a fim de viabilizar a realização da Copa 2014. O documento foi assinado também pelo deputado Ênio Tatto, líder da Bancada do PT, o deputado Pedro Bigardi, líder do PCdoB, além de Alencar Santana, Isac Reis, Luiz Moura e Tema de Souza, membros da Comissão de Assuntos Desportivos da Assembleia Legislativa.
O objetivo, de acordo com o parlamentar, é saber como o Governo vem trabalhando nas obras de infraestrutura, de fomento ao turismo, transporte público e mobilidade urbana necessárias para o evento esportivo que deve atrair para o país mais de 600 mil turistas. “Queremos saber se essas obras já foram definidas, bem como seus cronogramas de execução e os investimentos. Achamos oportuno requisitar ao governador informações sobre as providências efetivas que o Governo do Estado tem tomado”. Informações na área de saúde e segurança para respaldo do evento também foram requisitadas.
Para Edinho, a Copa do Mundo se configura como um evento fundamental para o país e beneficia o estado e municípios onde será organizada. Segundo ele, é oportunidade de fomentar cadeias econômicas, em especial, no comércio, serviços, turismo e construção civil, além de gerar empregos e qualificação profissional. “Também é um momento para que possamos pautar a questão da infraestrutura de trânsito e transporte”.
Na avaliação do deputado, São Paulo pode até mesmo se inviabilizar como sede da abertura do mundial pela situação de indefinição e inércia em que se encontra. Nesta quinta, ao utilizar a Tribuna da Assembleia, Edinho voltou a chamar a atenção das lideranças sobre os impasses que se criou em torno da realização da Copa em São Paulo e a falta de liderança do estado no processo. “O estado, com a maior capacidade de orçamento, que deveria sinalizar para o Brasil, pode ficar de fora do mundial”, alertou. Para o parlamentar, se ficar de fora, São Paulo sofrerá não só uma derrota econômica, como também uma derrota política emblemática perante o Brasil e o mundo.
Crítica anônima
Ao ocupar a Tribuna, Edinho falou sobre a reportagem publicada hoje no Jornal Folha de São Paulo, na qual um integrante do governo Alckmin faz críticas de forma anônima ao Ministro dos Esportes, Orlando Silva, dizendo que o seu alerta sobre São Paulo ficar de fora da Copa é uma questão de disputa eleitoral.
“A pessoa não pode se esconder, se omitir, mediante a uma crítica desse porte a um Ministro de Estado. O alerta do Ministro é também o alerta dos veículos de comunicação e de autoridades que acompanham esse debate. A questão de São Paulo ficar de fora do Mundial é um fato e não uma disputa eleitoral se o Governo não tiver liderança”, ressaltou Edinho.
Segundo o parlamentar, o requerimento protocolado hoje é mais um alerta às lideranças do Governo do estado.
São Paulo deve assumir seu papel
Para Edinho Silva, não é possível o governo jogar toda a responsabilidade pelo evento esportivo nas mãos de Clubes e iniciativa privada. “Nós não queremos dinheiro público do governo do estado. Nós queremos liderança política. Queremos que o governo do estado assuma seu papel de liderança. Queremos que o Governo de São Paulo lidere um processo de superação das contradições. Que reúna Clube, Prefeitura, iniciativa privada, agentes econômicos e construa a viabilidade do projeto do Estádio e, consequentemente, a Copa do Mundo de 2014”.
Visibilidade
“A Copa traz uma agenda de visibilidade mundial ao país e ao estado. As estimativas preveem explosão de empregos em 2014 com envolvimento de mais de 870 mil profissionais”, ressaltou o deputado.
De acordo com o relatório do Governo Lula, no final de 2010, o impacto econômico potencial resultante da realização da Copa do Mundo no Brasil pode alcançar a casa dos R$ 183,2 bilhões. Segundo o documento, 80 mil pessoas devem ser qualificadas em língua estrangeira (inglês e espanhol) em seis cidades sedes da Copa em parceria com a Fundação Roberto Marinho. Já o projeto piloto do programa Bem Receber Copa foi iniciado em janeiro de 2010. Voltado para a qualificação de camareiros, motoristas, garçons, recepcionistas, pessoal de aeroportos, entre outros, o programa visa preparar 306 mil profissionais até 2013 para melhor atender aos turistas durante a Copa.
