20/05/2011 - 04h41
A coordenadora municipal de Promoção da Igualdade Racial e do Centro de Referência Afro Mestre Jorge, Alessandra de Cássia Laurindo, recebeu nesta semana a visita do diretor geral das prisões de Moçambique e comissário da polícia do Ministério da Justiça, Drº Eduardo Sebastião Mussanhane, acompanhado pelo Profº Drº Luis Cezerilo, assessor direto da Ministra da Justiça de Moçambique, Benvinda Levi.
A visita teve como objetivo conhecer as medidas sócio-educativas de recuperação dos infratores utilizadas em Araraquara, a fim de se levar o modelo pra Moçambique - país que está reestruturando o seu modelo prisional, tendo Araraquara como uma de suas referências.
Entre os espaços visitados pelo grupo, estiveram: Centro de Ressocialização (Feminino e Masculino), Administração Penitenciária, Fundação Casa (internos e semi liberdade), e Liberdade Assistida – Programa Muda Garoto.
A coordenadora, que acompanhou as inspeções junto aos visitantes, conta que Dr. Cezerilo efetuou seu pós doutorado em Araraquara, no ano de 2009. “Por isso o Profº Cezerilo já tinha todo um parâmetro do funcionamento desses setores aqui em Araraquara”, explica. “Ele estabeleceu o contato, agilizamos os procedimentos e, agora, acompanhamos as visitas dando todo suporte através do governo municipal”.
Os moçambicanos, depois de terem visitado países africanos e também alguns países da América do Norte, optaram pela visita ao Brasil por entenderem que o país possui um novo modelo de recuperação dos infratores, sendo referência.
Os visitantes, depois de trocarem alguns prontuários com as instituições, tiveram uma perspectiva positiva da situação brasileira e devem utilizar referências araraquarenses em sua nova estrutura. A ideia é que continuem tendo contato com os órgãos visitados, a fim de promoverem um intercâmbio de idéias e informações.
A aproximação com países africanos que o Centro de Referência Afro promove foi ressaltada pelos moçambicanos, que agradeceram à Prefeitura – por meio da equipe do Centro Afro – a excelente estadia na cidade, assim como o acompanhamento às unidades visitadas.
Alessandra ressalta a recepção acolhedora e o profissionalismo incontestável que tiveram por parte dos responsáveis pelas respectivas unidades visitadas. “Desconstruí um pré-conceito que eu mesma, como moradora da cidade, tinha em relação a determinados órgãos por não conhecer. O trabalho é muito mais humanizado do que o senso comum imagina e é possível uma convivência sem conflitos nas devidas proporções”, comenta.
A coordenadora ressalta que os trabalhos desenvolvidos em alguns órgãos, como o CR Masculino por exemplo, pode ser comparado a um mini-distrito industrial, onde o infrator tem a opção de se qualificar, estudar e ser reintegrado mais facilmente à sociedade após o cumprimento de sua pena. “Araraquara de fato é um exemplo, não só pro Brasil, mas para o mundo”, finaliza.