Pedágio da Coxinha passa para Secretaria de Trânsito e Transportes

Prefeitura alega necessidade de realizar melhorias não apenas na via, mas também no entorno

23/01/2013 - 03h33

<p style="text-align: justify;">A C&acirc;mara Municipal aprovou a transfer&ecirc;ncia da administra&ccedil;&atilde;o da pra&ccedil;a de ped&aacute;gio da estrada vicinal Graciano da Ressurrei&ccedil;&atilde;o Affonso (ARA 080), que liga Araraquara a Mat&atilde;o, da Companhia Tr&oacute;leibus Araraquara (CTA) para a Secretaria Municipal de Tr&acirc;nsito e Transportes (SMTT).&nbsp;<br />Foi o primeiro projeto da noite que gerou pol&ecirc;mica e provocou discuss&otilde;es. A bancada de vereadores do PT votou contra, mas a proposta da Prefeitura acabou aprovada pelos votos dos 14 parlamentares governistas.<br />Implantado em 2007, na Administra&ccedil;&atilde;o Edinho Silva (PT), o chamado &ldquo;Ped&aacute;gio da Coxinha&rdquo; est&aacute; localizado no distrito de Bueno de Andrada. O objetivo era cobrar o ped&aacute;gio dos caminh&otilde;es pesados que passaram a utilizar a vicinal para &lsquo;escapar&rsquo; do ped&aacute;gio da rodovia Washington Lu&iacute;s. O valor da tarifa &eacute; R$ 1.<br />A Prefeitura alega que com o projeto ser&atilde;o dadas condi&ccedil;&otilde;es para a SMTT fazer melhorias tamb&eacute;m no entorno da vicinal. Alu&iacute;sio Braz, Boi (PMDB), l&iacute;der do governo alegou que &ldquo;a cidade est&aacute; crescendo naquela regi&atilde;o, tem muita gente circulando por ali e aumentou o n&uacute;mero de acidentes e mortes na vicinal&rdquo;.<br />Para Edna Martins (PV), a lei atual limita os investimentos apenas &agrave; vicinal e a Prefeitura fica impedida de fazer melhorias nas &aacute;reas pr&oacute;ximas. Ronaldo Napeloso (DEM) disse que falta melhor estrutura na via, h&aacute; uma curva perigosa. &ldquo;N&atilde;o tem trevo, a estrada &eacute; perigosa e os recursos ser&atilde;o investidos na seguran&ccedil;a, isso &eacute; o mais importante&rdquo;, completou.<br /><br /><br />Questionamentos<br /><br />L&iacute;der da oposi&ccedil;&atilde;o, &Eacute;dio Lopes (PT) questionou a constitucionalidade do projeto, argumentando que o ped&aacute;gio s&oacute; deve existir em fun&ccedil;&atilde;o do servi&ccedil;o que &eacute; realizado na estrada, &ldquo;n&atilde;o podendo haver desvio de finalidade dos recursos arrecadados com o ped&aacute;gio&rdquo;.<br />De acordo com ele, o projeto &ldquo;fere a natureza jur&iacute;dica do ped&aacute;gio&rdquo; porque contraria o artigo 150, inciso V e artigo 145, inciso II da Constitui&ccedil;&atilde;o Federal, &ldquo;que prev&ecirc; que o ped&aacute;gio &eacute; uma taxa que s&oacute; pode ser exigida dos particulares em raz&atilde;o de um servi&ccedil;o p&uacute;blico espec&iacute;fico prestado ao contribuinte&rdquo;.<br />&Eacute;dio afirmou estar havendo &ldquo;confus&atilde;o entre taxa e imposto&rdquo; Segundo ele, &ldquo;o imposto pode custear servi&ccedil;os gerais de tr&acirc;nsito no Munic&iacute;pio, como os tributos indiretos IPVA e IPTU, j&aacute; a taxa s&oacute; pode remunerar um servi&ccedil;o espec&iacute;fico, que &eacute; a manuten&ccedil;&atilde;o da referida estrada&rdquo;. O parlamentar tamb&eacute;m questionou o montante arrecadado com o ped&aacute;gio, qual o fluxo de ve&iacute;culos e quais os custos para a manuten&ccedil;&atilde;o da vicinal.<br />Para Donizete Simioni, &ldquo;est&aacute; havendo desvio de finalidade; n&atilde;o se pode pegar recursos do ped&aacute;gio para utilizar em outras vias p&uacute;blicas do Munic&iacute;pio&rdquo;. Gabriela Palombo (PT) reclamou que o ped&aacute;gio &ldquo;vai passar a ser mais uma fonte de arrecada&ccedil;&atilde;o para o Munic&iacute;pio&rdquo;.</p>