Dengue: Docente da Uniara explica as verdades e mitos sobre os sintomas da doença

Nos últimos dias, número de casos confirmados tem aumentado em Araraquara e na região

18/03/2011 - 04h09

A dengue, doença causada por um vírus e transmitida pela picada de um mosquito, tem assustado a população. Não só pelo aumento no número de casos confirmados, mas também pelo desconhecimento dos sintomas reais da doença. Araraquara é a terceira cidade do Estado com maior número de registros de dengue, com 221 casos confirmados. É preciso, portanto, entender a doença e conhecer os sintomas para prevenir uma epidemia, como a que atingiu a cidade em 2008, com 622 casos registrados.
A docente do curso de Medicina do Centro Universitário de Araraquara – Uniara, Estela Cirino, explica que a dengue é uma doença causada por um vírus transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, que, após picar uma pessoa contaminada, abriga o vírus em seu organismo e continua a transmitir a doença até o final de sua vida, que dura em média 45 dias. Ela explica que a doença não é transmitida de pessoa para pessoa, e se cura por si só após um ciclo de 7 dias, mas, em alguns casos, pode evoluir para formas mais graves chamadas de febre hemorrágica da dengue.
Estela informa que existem 4 tipos de dengue, e que, se a pessoa estiver infectada por um determinado tipo, e for picada novamente, pode adquirir um dos outros 3. Portanto, quem já teve dengue, foi tratado e se recuperou, fica imune ao tipo de vírus com que foi infectado, mas corre o risco de contrair a doença novamente. Estela afirma que a dengue comum pode matar apenas em casos muito raros, como, por exemplo, se o vírus da doença atacar o coração (miocardite) ou o cérebro (encefalite). “Já a versão hemorrágica da doença pode ocorrer tanto na primeira infecção como nas seguintes, porém ela é mais fácil de ser contraída nas infecções subsequentes”, explica a docente.
A dengue é uma doença difícil de ser diagnosticada, pois os sintomas são muito parecidos com os apresentados por outras doenças. E a dengue hemorrágica é a que mais preocupa a população, pois é considerada a versão mais grave da doença e pode matar. “Os sintomas da dengue são parecidos com os de muitas doenças, porém dizemos que um caso é suspeito de dengue quando apresenta febre por 2 dias seguidos, acompanhada de pelo menos 2 sintomas, como dores no corpo, na cabeça, no fundo dos olhos, manchas vermelhas na pele, e outros menos comuns como diarreia e gosto ruim na boca”, exemplifica Estela.
A docente explica também que a dengue hemorrágica tem os mesmos sintomas da dengue comum, porém com a diminuição da febre e com o acréscimo de sinais como: dores na barriga fortes e contínuas; vômitos persistentes; sangramentos principalmente pelo nariz, boca e gengivas; sede excessiva e boca seca. “É preciso ficar atento aos sintomas, pois os sangramentos podem passar despercebidos. Esses sangramentos podem ocorrer em qualquer parte do corpo, desde o estômago até hemorragias semelhantes à menstruação”, alerta.
O tratamento é realizado por meio de hidratação via oral ou endovenosa, calculada de acordo com o peso do paciente. Mas a orientação da docente é para não tomar nenhuma medicação por conta própria. “Nenhum medicamento deve ser administrado sem orientação médica, principalmente os anti-inflamatórios e medicamentos que alterem a coagulação sanguínea, pois podem disfarçar os sintomas da dengue”, explica Estela.
Em caso de suspeita de dengue, a docente orienta a procurar imediatamente o serviço de saúde mais próximo. Ficar em repouso e beber muito líquido, inclusive soro caseiro, também são recomendações importantes para aliviar os sintomas da doença. “A dengue não deve gerar pânico, mas sim cuidados”, finaliza.