Dengue: a hora do combate é agora

Professor da Uniara explica a doença e informa quais os procedimentos para evitá-la

09/04/2013 - 01h59

<p style="text-align: justify;">Nos &uacute;ltimos anos, &eacute; comum observar o aumento dos casos de dengue, principalmente na regi&atilde;o de Araraquara, cidade que, em 2008, foi &ldquo;campe&atilde;&rdquo; nos n&uacute;meros da doen&ccedil;a. Segundo o ambientalista e docente do Centro Universit&aacute;rio de Araraquara &ndash; Uniara, Adalberto Cunha, &ldquo;a dengue &eacute; uma doen&ccedil;a infecciosa causada por um arbov&iacute;rus, que vive em &aacute;reas tropicais e subtropicais do planeta&rdquo;.<br />Ele explica que existem quatro tipos de v&iacute;rus da doen&ccedil;a. &ldquo;A infec&ccedil;&atilde;o ocorre pela picada da f&ecirc;mea de um mosquito hemat&oacute;fago, ou seja, que suga o sangue, o Aedes aegypti. N&atilde;o h&aacute; transmiss&atilde;o pelo contato com um doente ou suas secre&ccedil;&otilde;es, nem fontes de &aacute;gua ou alimento. O mosquito deve sugar o sangue de uma pessoa j&aacute; infectada com o v&iacute;rus para picar outra que ainda n&atilde;o esteja contaminada&rdquo;, aponta.<br />&ldquo;Ap&oacute;s um per&iacute;odo de incuba&ccedil;&atilde;o, que se inicia logo depois o contato do pernilongo com o v&iacute;rus e que dura entre oito e doze dias, o mosquito est&aacute; apto a transmitir a doen&ccedil;a. Nos seres humanos, o v&iacute;rus permanece em incuba&ccedil;&atilde;o durante um per&iacute;odo que pode durar de tr&ecirc;s a quinze dias. S&oacute; ap&oacute;s essa etapa &eacute; que os sintomas da dengue podem ser percebidos&rdquo;, completa.<br />Segundo o ambientalista, n&atilde;o existe tratamento espec&iacute;fico para a doen&ccedil;a, nas sim para aliviar os sintomas. &ldquo;Deve-se ingerir muito l&iacute;quido como &aacute;gua, sucos, ch&aacute;s e soros caseiros. Os sintomas podem ser tratados com dipirona ou paracetamol. Al&eacute;m disso, n&atilde;o devem ser usados medicamentos &agrave; base de &aacute;cido acetil salic&iacute;lico e antiinflamat&oacute;rios, como aspirina, pois podem aumentar o risco de hemorragias&rdquo;, alerta.<br />De acordo com Cunha, a maioria das infec&ccedil;&otilde;es &eacute; assintom&aacute;tica. &ldquo;Quando surgem, costumam evoluir em obedi&ecirc;ncia a tr&ecirc;s formas cl&iacute;nicas: a dengue cl&aacute;ssica, que &eacute; benigna e similar &agrave; gripe; a dengue hemorr&aacute;gica, considerada mais grave e caracterizada por altera&ccedil;&otilde;es da coagula&ccedil;&atilde;o sangu&iacute;nea, e a s&iacute;ndrome do choque associado &agrave; doen&ccedil;a, forma rar&iacute;ssima, mas que pode levar &agrave; morte se n&atilde;o houver atendimento especializado&rdquo;, explica.<br />Ele conta que a dengue cl&aacute;ssica se inicia de maneira s&uacute;bita, quando ocorre febre alta, que dura cinco dias, dor de cabe&ccedil;a, atr&aacute;s dos olhos e nas costas, al&eacute;m disso, pode aparecer manchas vermelhas no corpo. &ldquo;A melhora progressiva dos sintomas ocorre em dez dias. Em alguns poucos pacientes podem ocorrer hemorragias discretas na boca, na urina ou no nariz e, nesse caso, raramente h&aacute; complica&ccedil;&otilde;es&rdquo;, diz.<br />A a&ccedil;&atilde;o mais simples para preven&ccedil;&atilde;o da doen&ccedil;a, como aponta o professor, &eacute; evitar o nascimento do mosquito. &ldquo;Para isso, &eacute; preciso eliminar os lugares que eles escolhem para a reprodu&ccedil;&atilde;o. A regra b&aacute;sica &eacute; n&atilde;o deixar a &aacute;gua, principalmente limpa, parada em qualquer tipo de recipiente como, por exemplo, caixas d&rsquo;&aacute;gua, barris, tambores tanques e cisternas, devidamente fechados. Al&eacute;m de n&atilde;o deixar &aacute;gua parada em locais como: vidros, potes, pratos e vasos de plantas ou flores, garrafas, latas, pneus, panelas, calhas de telhados, bandejas, bacias, drenos de escoamento, canaletas, blocos de cimento, urnas de cemit&eacute;rio, folhas de plantas, tocos e bambus, buracos de &aacute;rvores, al&eacute;m de outros locais em que a &aacute;gua da chuva &eacute; coletada ou armazenada&rdquo;, aconselha.<br />&ldquo;E, como a prolifera&ccedil;&atilde;o do mosquito da dengue &eacute; r&aacute;pida, al&eacute;m de iniciativas governamentais, &eacute; importante que a popula&ccedil;&atilde;o tamb&eacute;m colabore para interromper o ciclo de transmiss&atilde;o. Para que se tenha uma ideia, em 45 dias de vida, um &uacute;nico mosquito pode contaminar at&eacute; trezentas pessoas&rdquo;, ressalta.<br />Cunha afirma que o ovo do mosquito pode sobreviver at&eacute; 450 dias, mesmo se o local onde foi depositado estiver seco. &ldquo;Caso a &aacute;rea receba &aacute;gua novamente, ele ficar&aacute; ativo e pode atingir a fase adulta em um espa&ccedil;o de tempo entre dois a tr&ecirc;s dias. Por isso, &eacute; importante eliminar &aacute;gua e lavar os recipientes com &aacute;gua e sab&atilde;o&rdquo;, alerta.<br />Segundo o professor, a regi&atilde;o central do estado de S&atilde;o Paulo passa por uma epidemia em v&aacute;rias cidades. &ldquo;Na nossa regi&atilde;o, v&aacute;rias cidades est&atilde;o em estado de alerta. S&atilde;o Jos&eacute; do Rio Preto tamb&eacute;m passa por uma situa&ccedil;&atilde;o muito grave&rdquo;, conta.<br />De acordo com ele, &ldquo;a forma mais importante de conscientizar a popula&ccedil;&atilde;o &eacute; fazer com que todos tenham que ajudar na limpeza de terrenos, quintais e &aacute;reas onde possam existir as larvas do mosquito. S&atilde;o a&ccedil;&otilde;es di&aacute;rias, com grande responsabilidade como cidad&atilde;o, que as pessoas, juntamente com as prefeituras, podem reduzir esse grave problema de sa&uacute;de p&uacute;blica, que infelizmente acaba custando muito caro, n&atilde;o s&oacute; economicamente, mas nas vidas humanas&rdquo;.</p>