<p style="text-align: justify;">A CPFL Paulista vai investir R$ 29,6 milhões até o final de 2013 para melhorar a qualidade dos serviços de distribuição de energia elétrica em sua regional de Araraquara. A informação foi dada por diretores da companhia, em audiência pública convocada pelo deputado estadual e presidente do PT paulista, Edinho Silva, realizada na noite de segunda-feira (15) no auditório da Uniara.<br />O encontro foi organizado com o objetivo de debater e buscar soluções para as constantes interrupções no fornecimento de energia elétrica em Araraquara e cidades da microrregião. No ano passado, a área urbana de Araraquara ficou 40 horas sem luz na soma de todas as interrupções havidas durante o ano, segundo a Aneel, agência nacional que regula e fiscaliza o setor. Na zona rural a falta de energia somada ao longo do ano chegou a 90 horas. “É um nível muito elevado, que compromete a vida da comunidade e causa prejuízos aos empresários, especialmente aos pequenos comerciantes”, disse Edinho.<br />Pelo menos 200 pessoas compareceram à audiência. Além de diretores da CPFL, participaram também os prefeitos de Matão, Chico Dumont, de Santa Lúcia, Antonio Sérgio Trentin e de Dobrada, Júnior Berardo e o vereador Edio Lopes (PT) representando a Câmara Municipal e demais vereadores presentes. Também estiveram presentes o presidente do Sincomércio, Antonio Deliza Neto e representantes da Federação dos Eletricitários do Estado de São Paulo, além sindicalistas do setor e de moradores de diferentes regiões de Araraquara.<br />O diretor regional da CPFL, Riberto Barbanera, reconheceu os problemas levantados pela população e por empresários de Araraquara, mas justificou que a cidade não tem registrado apagões e sim picos de energia. Segundo ele, as interrupções se devem ao plano de investimento que a companhia executa para expansão da capacidade das subestações e modernização do sistema de distribuição.<br />Investimentos - De acordo com ele, entre 2010 e 2012 a CPFL investiu R$ 33,5 milhões na melhoria do sistema na área da regional Araraquara. Desse total, R$ 19,5 milhões foram destinados ao município de Araraquara, onde existem três subestações alimentadoras. Barbanera explica que todas as operações são realizadas com a rede energizada e que os picos ocorrem quando é preciso transferir a alimentação de uma região da cidade por outra. “É o tempo de desligar e ligar uma chave”, disse.<br />O diretor informou que o planejamento da CPFL prevê investimento de R$ 29,6 milhões na área da regional Araraquara até o final de 2013, especialmente na ampliação da capacidade de suas 13 subestações. Estão na lista as subestações Uirapuru e Paiol em Araraquara, assim como a subestação Progresso de Matão. A empresa também anunciou a reconstrução da linha de transmissão Piracicaba-Araraquara, que ganhará equipamentos modernos de monitoramento.<br />Na região, a companhia também está investindo na construção de uma linha alternativa de alimentação entre Gavião Peixoto e Nova Europa. Com isso, serão evitados os desligamentos verificados principalmente em Nova Europa, que recebe energia da usina de Gavião, já que se houver falha numa linha a distribuição será automaticamente transferida para a segunda linha. A nova linha terá 7 km e será totalmente automatizada. <br />Riberto Barbanera elogiou a iniciativa do deputado Edinho Silva ao chamar uma nova audiência pública para tratar da questão do abastecimento de energia elétrica na região. “Em 2011 o deputado também mobilizou a comunidade e nós da CPFL estivemos aqui, debatemos os problemas da região, assumimos um compromisso e cumprimos”, enfatizou.<br />Na ocasião, julho de 2011, a CPFL anunciou investimentos de R$ 12,5 milhões para modernizar o sistema de distribuição de energia elétrica para as cidades da microrregião, especialmente Ribeirão Bonito, Trabiju, Dourado, Nova Europa, Gavião Peixoto e Boa Esperança do Sul. Embora alegasse que a maior parte dos apagões era motivada por furtos de fios na área rural, a empresa construiu uma nova subestação alimentadora em Ribeirão Bonito e modernizou as linhas de transmissão entre as cidades. Desde então, a qualidade do serviço melhorou, só em Nova Europa e Gavião Peixoto continuou a haver desligamentos esporádicos.<br />Barbanera explicou que apesar das reclamações, a CPFL opera dentro dos limites estabelecidos pela Aneel em relação ao tempo sem energia e à frequência dos desligamentos em Araraquara e microrregião. “Em Araraquara, a média de falta de energia está em 7,03 horas por ano contra 18,41 do Brasil e a frequência em 5,42 ao ano contra 11,8 vezes no Brasil”, disse.<br />Aposta no diálogo - O deputado Edinho Silva destacou a atenção dada pela CPFL à comunidade. Para ele, o diálogo com o consumidor é de suma importância para identificação das deficiências e propostas de solução. “A CPFL já se mostrou aberta ao diálogo em outras ocasiões e meu mandato continua a serviço da comunidade de Araraquara e da população da região. Sempre que houver necessidade de colocar os problemas na mesa e a audiência pública se mostrar o melhor caminho, vamos chamar a companhia para o debate”, disse.<br /><br />CPFL assume redes rurais particulares<br /><br />Desde o ano passado, a CPFL vem encampando redes elétricas rurais construídas por fazendeiros e pequenos produtores rurais. A medida atende determinação da Aneel e tem objetivo de melhorar a qualidade do serviço de distribuição de energia elétrica para a zona rural. Segundo o diretor regional Riberto Barbanera, nos últimos dois anos a companhia assumiu 27 mil km de linhas rurais no estado de São Paulo, praticamente dobrando o seu passivo de linhas de transmissão para o setor. Para adequar essas linhas ao padrão CPFL, a companhia iniciou um plano de modernização em 2012 que já exigiu investimentos de R$ 70 milhões.<br />Além da modernização das linhas, parte desse dinheiro foi destinada à indenização dos antigos proprietários, no caso aqueles cujas linhas ainda não têm mais de 20 anos e não estão totalmente depreciadas contabilmente. <br />Nesses casos, a indenização é feita de forma proporcional ao tempo de construção da linha. Barbanera ressaltou que a modernização das linhas vai permitir melhorar de forma significativa a qualidade do serviço na área rural, já que as linhas particulares tinham manutenção precária ou nenhuma manutenção. “Isso comprometia a uniformidade do sistema”, observou, ao responder questionamento de Silvani Silva, representante do assentamento Monte Alegre, local que convive com desligamentos recorrentes.</p>