<p style="text-align: justify;">A audiência pública com o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, mobilizou prefeitos e parlamentares na tarde desta quinta-feira, dia 18. Dois auditórios da Alesp ficaram completamente lotados para a atividade, que contou ainda com a presença do secretário de Saúde do Governo Estadual, Giovanni Guido Cerri. Após balanço apresentado pelo ministro das ações da Pasta, abriu-se para intervenções do Plenário.<br />A proposta da audiência para pautar as demandas dos municípios paulistas foi feita pelo deputado estadual e presidente do PT Paulista, Edinho Silva, durante reunião da Comissão de Saúde da Assembleia. O requerimento foi aprovado por unanimidade pelos seus membros.<br />Durante a atividade, Edinho voltou a enfatizar a necessidade de formação de mais médicos para que o país possa ampliar e aprimorar o atendimento na saúde pública e parabenizou o ministro Alexandre Padilha pela coragem em tratar do tema.<br />Segundo Edinho, essa é uma demanda de todos os municípios brasileiros e que precisa ser enfrentada. “Temos que criar condições para que o Brasil tenha médicos para atender o aumento da oferta de serviços dos SUS. Parabéns por enfrentar este debate para que a gente possa ter profissionais de saúde comprometidos para superar nossas deficiências”, disse.<br />Após apresentar uma série de investimentos na estrutura física da saúde do Brasil, como os mais de R$ 3 bilhões para construção de 4.600 unidades básicas (UBS), reformas e ampliações de outras mais de 10 mil, o ministro da Saúde citou as ações do Governo Dilma para enfrentamento da situação da falta de médicos. “Não adianta uma saúde estruturada, bem equipada com a baixa proporção de médicos no país”, pontuou.<br />De acordo com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) de 2009, o Brasil possui uma média de 1,9 médicos para cada mil habitantes. Esse número nos Estados Unidos é de 2,4; no Reino Unido, 2,7; na França, 3,5 e em Cuba chega a 6,9. O problema vai além quando esse índice é verificado geograficamente. Nas regiões mais empobrecidas do estado, por exemplo, o indicador muitas vezes chega perto de 1.<br />Padilha lembrou que a expansão dos serviços de saúde brasileiros, nos últimos anos, possibilitou um mercado de contratação formal cada vez maior, mas que o número de profissionais formados não acompanhou a demanda. Falou sobre o Programa que prevê que o médico formado pelo sistema do FIES, e trabalhar pelo SUS em bairros carentes, poderá descontar sua dívida. Também falou sobre a contratação de médicos graduados no exterior. A taxa de contratação de médicos formados nos EUA é de 25%, no Reino Unido 37%, já no Brasil 1,7%. Falou ainda sobre a abertura de vagas em cursos de medicina no país e outras ações.<br /><br />IDSUS<br />Edinho parabenizou Padilha e o governo Dilma [Rousseff] pela implementação do IDSUS, indicador que mede a qualidade e eficiência dos serviços SUS. “A implantação do IDSUS vai provocar uma revolução no modelo de gestão”, disse Edinho. A medida, que criou o IDSUS, possibilita que municípios que investem na saúde básica, buscando melhorias nos seus indicadores, sejam valorizados com maior repasse de recursos.<br />Como prefeito de Araraquara, nos mandatos de 2001 a 2008, Edinho sempre utilizou espaços e fóruns de debates para tratar do assunto. Ao se eleger deputado, defendeu a proposta junto ao ministro Alexandre Padilha e hoje o IDSUS é uma realidade. “Aumentar o repasse do SUS aos municípios que cumprirem as metas é uma forma justa de reconhecer os avanços e de exigir o enquadramento daqueles que apresentam resultados insatisfatórios”.<br /><br />“Despartidarização” da Saúde<br />Ainda durante a audiência, Edinho repetiu o que sempre diz na Comissão da Saúde: que o debate do SUS não pode ser partidarizado. “Nenhum gestor tem o direito de tratar a saúde como uma questão de debate partidário, de interesse menor. Tem que ser tratada como interesse da sociedade brasileira. Temos que aproveitar este momento, com o ministro e o secretário de Estado aqui para debatermos eixos estruturantes da Saúde Pública no nosso país”.</p>