Encontro de produtores rurais debate tecnologia e sustentabilidade

Evento foi realizado nesta quinta-feira (18), em Araraquara, promovido pelo Instituto Aequitas em parceria com a Uniara

Fotógrafo: Sergio Pierri
19/04/2013 - 02h41

<p style="text-align: justify;">A terceira edi&ccedil;&atilde;o do Encontro de Produtores Rurais da Regi&atilde;o Centro Paulista, realizado nesta quinta-feira (18) na sede do Instituto Aequitas em Araraquara, reuniu 250 pessoas interessadas em discutir e aprender sobre tecnologias ambientais e sustentabilidade no meio rural. Al&eacute;m de produtores rurais, o evento atraiu pesquisadores, gestores de projetos, estudantes e representantes de institui&ccedil;&otilde;es e &oacute;rg&atilde;os que atuam na &aacute;rea.&nbsp;<br />O encontro, sem fins lucrativos, foi realizado pelo Instituto Aequitas em parceria com o Centro Universit&aacute;rio de Araraquara (Uniara). Contou tamb&eacute;m com apoio da Federa&ccedil;&atilde;o da Agricultura e Pecu&aacute;ria do Estado de S&atilde;o Paulo (Faesp), do Servi&ccedil;o Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), da Prefeitura de Araraquara, do Sindicato Rural de Araraquara, da Embrapa Pecu&aacute;ria Sudeste, Sebrae, Funda&ccedil;&atilde;o Instituto de Terras (Itesp) e DPA Nestl&eacute;.&nbsp;<br />A cada ano, o evento abre espa&ccedil;o para troca de conhecimentos sobre temas e projetos que beneficiam o produtor de leite. Neste evento, o foco foi o desenvolvimento sustent&aacute;vel e a sustentabilidade econ&ocirc;mica.&nbsp;<br />O diretor-presidente do Instituto Aequitas, Rodrigo Mancini, diz que o encontro consagra o prop&oacute;sito do &oacute;rg&atilde;o, que &eacute; difundir o conhecimento entre os produtores rurais e mostrar a&ccedil;&otilde;es que podem ser aplicadas em suas propriedades. &ldquo;No evento anterior, apresentamos tecnologias convencionais e, neste ano, tecnologias ambientais. A gente vem evoluindo e cada vez mais tendo um n&uacute;mero maior de produtores que participam dos encontros&rdquo;, avalia.&nbsp;<br />De acordo com o engenheiro agr&ocirc;nomo e diretor-administrativo de projetos do Instituto Aequitas, Celso Eduardo da Silva, com a crescente demanda de alimentos no mundo, &eacute; necess&aacute;rio buscar alternativas sustent&aacute;veis para que isso ocorra de forma cin&eacute;tica com o meio ambiente. &ldquo;A gente procura mostrar aos produtores rurais tecnologias sustent&aacute;veis que eles podem implantar em suas propriedades&rdquo;, afirma.&nbsp;<br /><br />Palestras<br />Um dos temas abordados no encontro foi a nutri&ccedil;&atilde;o de precis&atilde;o e o impacto ambiental em sistemas de produ&ccedil;&atilde;o de leite. O palestrante Alexandre Mendon&ccedil;a Pedroso, pesquisador da Embrapa Pecu&aacute;ria Sudeste, diz que &eacute; poss&iacute;vel utilizar conhecimento para balancear com precis&atilde;o o alimento oferecido ao gado, reduzindo a utiliza&ccedil;&atilde;o dos ingredientes mais caros, como a prote&iacute;na, sem prejudicar o desenvolvimento do gado.&nbsp;<br />A nutri&ccedil;&atilde;o de precis&atilde;o ainda leva a uma redu&ccedil;&atilde;o no impacto ambiental. &ldquo;Com a diminui&ccedil;&atilde;o da quantidade de prote&iacute;nas, conseguimos reduzir o aporte de nitrog&ecirc;nio utilizado no sistema e os animais liberam menos agentes poluidores&rdquo;, explica Mendon&ccedil;a.&nbsp;<br />O consultor da CRI Gen&eacute;tica do Brasil, Antonio Eug&ecirc;nio Rocha de Andrade Junior, falou aos produtores sobre a import&acirc;ncia do melhoramento gen&eacute;tico. Segundo ele, com a competitividade do mundo moderno, a evolu&ccedil;&atilde;o dos rebanhos &eacute; necess&aacute;ria para que se alcance efici&ecirc;ncia.&nbsp;<br />&ldquo;Se o produtor rural n&atilde;o melhorar o seu plantel, aumentar a sua produ&ccedil;&atilde;o e a qualidade do leite, ele n&atilde;o vai se firmar no meio. Na pr&aacute;tica, o melhoramento gen&eacute;tico significa animais mais rent&aacute;veis e mais dinheiro no bolso do produtor ao final de um ciclo. &Eacute; um investimento e o retorno &eacute; garantido&rdquo;, diz Andrade.<br />Os produtores rurais tamb&eacute;m puderam conhecer dois softwares que auxiliam no gerenciamento do rebalho, como o Gisleite, produzido pela Embrapa, e o Agenda, da Cl&iacute;nica do Leite. &ldquo;S&atilde;o ferramentas que auxiliam no gerenciamento e no controle do rebalho, fornecendo ao produtor uma avalia&ccedil;&atilde;o correta de seus investimentos&rdquo;, explica Rafael Adriano Trentim, gerente-executivo do Instituto Aequitas.<br />Com o veterin&aacute;rio e coordenador de projetos do Instituto Aequitas, Rafael Mascaro Guiasi, os produtores puderam observar de perto e obter mais informa&ccedil;&otilde;es sobre a implata&ccedil;&atilde;o de sistemas biodigestores em &aacute;reas rurais. Segundo ele, o objetivo do sistema &eacute; captar para um reservat&oacute;rio todo o res&iacute;duo da ordenha, das fezes dos animais e &aacute;gua. Depois de um processo de fermenta&ccedil;&atilde;o, o g&aacute;s metano liberado, que &eacute; altamente poluidor, &eacute; queimado, evitando a contamina&ccedil;&atilde;o do meio ambiente. &ldquo;O g&aacute;s metano ainda pode ser transformado em energia el&eacute;trica para ser utilizada na pr&oacute;pria propriedade&rdquo;, enfatiza ele.&nbsp;<br />A pesquisadora Maria Luiza Nicodemo, da Embrapa Pecu&aacute;ria Sudeste, tamb&eacute;m mostrou na pr&aacute;tica como se funciona um sistema silvipastoril, em que o espa&ccedil;o utilizado como pasto tamb&eacute;m abriga plantio de &aacute;rvores. Segundo ela, essa tecnologia apresenta muitas vantagens, como a produ&ccedil;&atilde;o de madeira em conjunto com a de leite, pois as &aacute;rvores s&atilde;o plantadas de forma que n&atilde;o prejudica a taxa de lota&ccedil;&atilde;o do pasto com o gado.&nbsp;<br />&ldquo;Se voc&ecirc; manejar direito, ter&aacute; uma s&eacute;rie de vantagens econ&ocirc;micas e tamb&eacute;m ambientais. A presen&ccedil;a das &aacute;rvores vai favorecer o microclima e ajudar a controlar a eros&atilde;o em terrenos mais propensos a esse tipo de problema&rdquo;, exemplifica Maria Luiza. &nbsp;<br /><br />Instituto Aequitas<br />O Instituto Aequitas foi fundado em 3 de setembro de 2006, com o objetivo de promover a&ccedil;&otilde;es, programas e projetos que contribuam para o desenvolvimento econ&ocirc;mico local. &Eacute; uma institu&ccedil;&atilde;o do terceiro setor, sem fins lucrativos, caracterizado como Organiza&ccedil;&atilde;o da Sociedade Civil de Interesse P&uacute;blico (Oscip), com atua&ccedil;&atilde;o em v&aacute;rios estados brasileiros, como S&atilde;o Paulo, Esp&iacute;rito Santo, Sergipe e Maranh&atilde;o.<br />A principal atua&ccedil;&atilde;o do Aequitas tem sido na promo&ccedil;&atilde;o do interc&acirc;mbio de informa&ccedil;&otilde;es entre os detentores do conhecimento e os que necessitam de informa&ccedil;&otilde;es sobre novas tecnologias, por meio da realiza&ccedil;&atilde;o de capacita&ccedil;&otilde;es que proporcionam melhoramento nos processos e produtos, bem como o est&iacute;mulo ao empreendedorismo e inclus&atilde;o produtiva.</p>