<p style="text-align: justify;">A terceira edição do Encontro de Produtores Rurais da Região Centro Paulista, realizado nesta quinta-feira (18) na sede do Instituto Aequitas em Araraquara, reuniu 250 pessoas interessadas em discutir e aprender sobre tecnologias ambientais e sustentabilidade no meio rural. Além de produtores rurais, o evento atraiu pesquisadores, gestores de projetos, estudantes e representantes de instituições e órgãos que atuam na área. <br />O encontro, sem fins lucrativos, foi realizado pelo Instituto Aequitas em parceria com o Centro Universitário de Araraquara (Uniara). Contou também com apoio da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp), do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), da Prefeitura de Araraquara, do Sindicato Rural de Araraquara, da Embrapa Pecuária Sudeste, Sebrae, Fundação Instituto de Terras (Itesp) e DPA Nestlé. <br />A cada ano, o evento abre espaço para troca de conhecimentos sobre temas e projetos que beneficiam o produtor de leite. Neste evento, o foco foi o desenvolvimento sustentável e a sustentabilidade econômica. <br />O diretor-presidente do Instituto Aequitas, Rodrigo Mancini, diz que o encontro consagra o propósito do órgão, que é difundir o conhecimento entre os produtores rurais e mostrar ações que podem ser aplicadas em suas propriedades. “No evento anterior, apresentamos tecnologias convencionais e, neste ano, tecnologias ambientais. A gente vem evoluindo e cada vez mais tendo um número maior de produtores que participam dos encontros”, avalia. <br />De acordo com o engenheiro agrônomo e diretor-administrativo de projetos do Instituto Aequitas, Celso Eduardo da Silva, com a crescente demanda de alimentos no mundo, é necessário buscar alternativas sustentáveis para que isso ocorra de forma cinética com o meio ambiente. “A gente procura mostrar aos produtores rurais tecnologias sustentáveis que eles podem implantar em suas propriedades”, afirma. <br /><br />Palestras<br />Um dos temas abordados no encontro foi a nutrição de precisão e o impacto ambiental em sistemas de produção de leite. O palestrante Alexandre Mendonça Pedroso, pesquisador da Embrapa Pecuária Sudeste, diz que é possível utilizar conhecimento para balancear com precisão o alimento oferecido ao gado, reduzindo a utilização dos ingredientes mais caros, como a proteína, sem prejudicar o desenvolvimento do gado. <br />A nutrição de precisão ainda leva a uma redução no impacto ambiental. “Com a diminuição da quantidade de proteínas, conseguimos reduzir o aporte de nitrogênio utilizado no sistema e os animais liberam menos agentes poluidores”, explica Mendonça. <br />O consultor da CRI Genética do Brasil, Antonio Eugênio Rocha de Andrade Junior, falou aos produtores sobre a importância do melhoramento genético. Segundo ele, com a competitividade do mundo moderno, a evolução dos rebanhos é necessária para que se alcance eficiência. <br />“Se o produtor rural não melhorar o seu plantel, aumentar a sua produção e a qualidade do leite, ele não vai se firmar no meio. Na prática, o melhoramento genético significa animais mais rentáveis e mais dinheiro no bolso do produtor ao final de um ciclo. É um investimento e o retorno é garantido”, diz Andrade.<br />Os produtores rurais também puderam conhecer dois softwares que auxiliam no gerenciamento do rebalho, como o Gisleite, produzido pela Embrapa, e o Agenda, da Clínica do Leite. “São ferramentas que auxiliam no gerenciamento e no controle do rebalho, fornecendo ao produtor uma avaliação correta de seus investimentos”, explica Rafael Adriano Trentim, gerente-executivo do Instituto Aequitas.<br />Com o veterinário e coordenador de projetos do Instituto Aequitas, Rafael Mascaro Guiasi, os produtores puderam observar de perto e obter mais informações sobre a implatação de sistemas biodigestores em áreas rurais. Segundo ele, o objetivo do sistema é captar para um reservatório todo o resíduo da ordenha, das fezes dos animais e água. Depois de um processo de fermentação, o gás metano liberado, que é altamente poluidor, é queimado, evitando a contaminação do meio ambiente. “O gás metano ainda pode ser transformado em energia elétrica para ser utilizada na própria propriedade”, enfatiza ele. <br />A pesquisadora Maria Luiza Nicodemo, da Embrapa Pecuária Sudeste, também mostrou na prática como se funciona um sistema silvipastoril, em que o espaço utilizado como pasto também abriga plantio de árvores. Segundo ela, essa tecnologia apresenta muitas vantagens, como a produção de madeira em conjunto com a de leite, pois as árvores são plantadas de forma que não prejudica a taxa de lotação do pasto com o gado. <br />“Se você manejar direito, terá uma série de vantagens econômicas e também ambientais. A presença das árvores vai favorecer o microclima e ajudar a controlar a erosão em terrenos mais propensos a esse tipo de problema”, exemplifica Maria Luiza. <br /><br />Instituto Aequitas<br />O Instituto Aequitas foi fundado em 3 de setembro de 2006, com o objetivo de promover ações, programas e projetos que contribuam para o desenvolvimento econômico local. É uma institução do terceiro setor, sem fins lucrativos, caracterizado como Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip), com atuação em vários estados brasileiros, como São Paulo, Espírito Santo, Sergipe e Maranhão.<br />A principal atuação do Aequitas tem sido na promoção do intercâmbio de informações entre os detentores do conhecimento e os que necessitam de informações sobre novas tecnologias, por meio da realização de capacitações que proporcionam melhoramento nos processos e produtos, bem como o estímulo ao empreendedorismo e inclusão produtiva.</p>