Ministério intensifica ações de combate à irregularidade no leite

Ação que descobriu crime na adulteração de leite no RS foi possível devido ao trabalho de fiscalização do Ministério da Agricultura

09/05/2013 - 03h05

<p style="text-align: justify;">A partir da detec&ccedil;&atilde;o de fraude em lotes de leite recebidos por quatro empresas no Rio Grande do Sul (tr&ecirc;s com inspe&ccedil;&atilde;o federal e uma estadual), o Minist&eacute;rio da Agricultura, Pecu&aacute;ria e Abastecimento (Mapa) intensificou a coleta de amostras no estado. Foram 3,2 mil coletas desde junho do ano passado. As a&ccedil;&otilde;es agora ser&atilde;o intensificadas no resto do Pa&iacute;s em rela&ccedil;&atilde;o &agrave; an&aacute;lise para detec&ccedil;&atilde;o de ureia. A informa&ccedil;&atilde;o foi dada durante coletiva &agrave; imprensa no Mapa nesta quarta-feira, 8 de maio.<br />&ldquo;A primeira detec&ccedil;&atilde;o de formol aconteceu em uma inspe&ccedil;&atilde;o de rotina em junho de 2012, no Rio Grande do Sul. Desde ent&atilde;o, o Mapa tem aumentado as fiscaliza&ccedil;&otilde;es para descobrir a origem do problema&rdquo;, destacou a diretora do Departamento de Inspe&ccedil;&atilde;o de Produtos de Origem Animal (Dipoa/Mapa), Judi N&oacute;brega.<br />Cerca de 600 mil litros de leite foram detectados com ind&iacute;cios de fraude entre junho de 2012 e abril deste ano. Todo o produto processado pelas ind&uacute;strias que apresentaram problemas foi colocado em apreens&atilde;o cautelar. Se n&atilde;o fossem encontradas irregularidades, eram liberadas para comercializa&ccedil;&atilde;o. Quando havia inconformidades, eram imediatamente descartadas. &ldquo;Esse processo foi fundamental durante as investiga&ccedil;&otilde;es para identificar os respons&aacute;veis pela fraude&rdquo;.<br />O Minist&eacute;rio P&uacute;blico do Rio Grande do Sul, que firmou acordo de coopera&ccedil;&atilde;o t&eacute;cnica com a Superintend&ecirc;ncia Federal de Agricultura do estado em 2008, foi acionado em novembro do ano passado para auxiliar na apura&ccedil;&atilde;o das irregularidades. &ldquo;A partir das investiga&ccedil;&otilde;es, descobriu-se que o problema estava no transporte, e n&atilde;o na origem [fazenda produtora] e nem na ind&uacute;stria&rdquo;, explicou a diretora.<br />O trabalho do Programa Nacional de Combate &agrave; Fraude no Leite vem sendo aperfei&ccedil;oado desde 2007, contemplando a&ccedil;&otilde;es fiscalizat&oacute;rias com foco em verifica&ccedil;&atilde;o de ind&iacute;cios de fraude e coletas oficiais de amostras (cerca de quatro mil por ano).&nbsp;<br />A partir da detec&ccedil;&atilde;o dos ind&iacute;cios de ureia no ano passado, o Minist&eacute;rio da Agricultura agora vai direcionar a&ccedil;&otilde;es para este foco. O Minist&eacute;rio trabalha agora para tra&ccedil;ar um padr&atilde;o de ureia que permita identificar desvios da faixa de normalidade, tendo em vista que o composto nitrogenado &eacute; um componente natural do leite.<br />As irregularidades encontradas configuram em crime &ndash; o que foge &agrave; al&ccedil;ada da fiscaliza&ccedil;&atilde;o sanit&aacute;ria. No entanto, a quantidade de formol existente na composi&ccedil;&atilde;o da ureia utilizada na fraude &eacute; &iacute;nfima, o que representa baixo risco em rela&ccedil;&atilde;o &agrave; sa&uacute;de p&uacute;blica.</p>