<p style="text-align: justify;">Thaïs Morell é a atração musical das 21h30 no sábado (25), na Praça Scalamandré Sobrinho, durante a Virada Cultural Paulista Araraquara. O evento realizado pelo Governo do Estado de São Paulo, em parceria com a Prefeitura de Araraquara (Secretaria Municipal da Cultura e Fundart) e com o SESC-Araraquara, tem entrada gratuita.<br />O que chama a atenção inicialmente no show de Thaïs Morell é que ela não é só cantora: além da voz impecável, toca muito bem o violão, e é, sem dúvida, uma grande representante do violão feminino do Brasil lá fora.<br />É acompanhada por músicos de altíssima qualidade da cena jazz/world-music espanhola, como Ales Cesarini (baixo e baixo-acústico), David Gadea (set de percussões do mundo) e Andrés Belmonte (flauta e piano), que também são individualmente um show a parte, e que junto a ela, exploram as diferentes possibilidades de instrumentação do grupo, criando “ambientes” únicos para cada canção.<br />Estamos falando de um concerto dinâmico, de música original, com novo conteúdo poético, rítmico, melódico e harmônico, mas ainda acessível a todos os públicos. A sinceridade com a qual canta sua vida cosmopolita, suas buscas e crenças, amores e desamores, toca os mais diversos públicos e Thaïs não deixa nunca o público como mero espectador: sempre muito comunicativa, o convida para participar, e dirige o “coral”, inclusive a duas vozes.<br />Thaïs oferece um espetáculo de grande qualidade musical e humana, e se revela como uma artista completa, de timbre maravilhoso, presença, simpatia e uma grande capacidade de transmitir todas as emoções de suas canções.<br /> <br />Um pouco mais sobre Thaïs - Thaïs Morell nasceu em Curitiba, e pertence a essa nova geração de músicos brasileiros, com extensa formação, capazes de transitar com naturalidade entre diversos estilos musicais.<br />Estuda música desde os 9 anos, se graduou professora de música pela Faculdade de Artes do Paraná e logo partiu em busca de músicas de outros lugares: estudou folclore em uma das mais prestigiosas universidades de música europeias Sibelius Academy (Finlândia), esteve quatro meses na Faculdade de Artes da Universidade de Gana (Gana) e atualmente está completando um mestrado em Etnomusicologia pela Universidad Politécnica de Valência (Espanha).<br />Vivencias multi-culturais são a base da música de Thaïs, que morando em Valência há apenas três anos conquistou um público fiel, colocou o disco na Fnac Espanha e coleciona críticas positivas.<br />Suas letras relatam viagens, amores, vivências da cultura popular brasileira, através de deliciosos jogos de palavras; e com um show ao vivo impressionante, ao mesmo tempo delicado e intenso, segue conquistando por onde passa os mais variados públicos tanto no Brasil como no exterior.<br /> Reconhecida pelo seu desembaraço com o violão, no pandeiro, piano e pífano, Thaïs é “mulher, menina, ou coisa alguma: um espírito praieiro”, mistura de Rosa Passos com Rita Lee. Desempenha com desenvoltura as funções de cantora, violonista e compositora num quarteto formado por músicos de altíssima qualidade da cena jazz/world-music espanhola: Ales Cesarini (baixo e baixo-acústico), David Gadea (set de percussões do mundo) e Andrés Belmonte (flauta e piano).<br />Nesse ambiente, chega em maio de 2012 o disco “Cancioneira”, pelo selo valenciano Sedajazz Records, empresa que leva mais de 20 anos difundindo o melhor do jazz e outras músicas criativas na Espanha. “Cancioneira”, uma surpreendente auto-produção, revela da primeira a última canção uma grande artista em potencial, que canta, toca, compõe e produz. Difícil de rotular, o disco conta com colaborações maestras como a do guitarrista de jazz Ximo Tebar, do cellista francês Matthieu Saglio, do trombonista valenciano Toni Belenguer e do guitarrista flamenco Juan de Pilar. A repercussão do disco independente já lhe rendeu concertos de lançamento em Barcelona e Bilbao.<br />Thaïs, como solista, já se apresentou em diversos festivais e casas de concerto na Espanha, Finlândia, Estônia, Reino Unido e Gana.<br />Nesta entrevista, Thaïs – que é cantora, compositora e multiinstrumentista nascida em Curitiba - fala um pouco sobre o que espera dos shows da Virada Cultura Paulista e como seu trabalho é influenciado por música de raiz. Confira:<br /><br />Qual a sua expectativa para os shows da Virada Cultural?<br /><br />Tocar no Brasil é sempre uma alegria imensa e tocar na Virada Cultural Paulista será realizar um sonho. Estamos muito honrados com o convite e vamos com muita energia pra fazer um show lindo! Estou super feliz de poder levar para o Brasil a banda que está me acompanhando nos últimos anos aqui na Espanha, porque além de serem músicos e pessoas excelentes, compartilhamos muitas ideias musicais, o que é essencial para um bom show ao vivo. <br />Como você definiria seu som?<br /><br />O meu primeiro disco é uma mistura de MPB, jazz e uma grande influência de world music, ou seja, influência de música de raiz de outros países também, que eu pesquiso há 10 anos.<br /> Fale mais sobre suas influências.<br /><br />Minha principal influência são as músicas tradicionais do Brasil e de diversos outros povos, que são expressões artísticas espontâneas, reflexos de uma cultura pré-industrial, quando fazer música e cantar não tinham outra intenção que não fossem as próprias, sem interesses com o “mercado” ou “indústria” fonográficos, principalmente. Essas pra mim são as canções mais puras e nas quais eu busco me espelhar.<br /> Como tem sido sua carreira internacional?<br /><br />Moro a 6 anos fora do Brasil; durante este período estudei música na Finlândia, em Gana e agora na Espanha. Noto que o swing da música brasileira e a melodia do português brasileiro conquistam pessoas de distintas origens e culturas. Lancei meu primeiro disco solo, autoral e autoproduzido, pelo selo de jazz espanhol Sedajazz em 2012, o que foi e é uma grande conquista, um grande passo para qualquer artista. A recepção ao disco foi maravilhosa tanto na Espanha como no Brasil, e isso me deixou muito realizada.</p>