Fotógrafo: Sergio Pierri
06/07/2013 - 03h16
Inauguração
O Ginásio de Esportes Castelo Branco, o Gigantão, está na fase final de remodelação e será reinaugurado na terça-feira, dia 9 de julho, com quadra ampliada, cadeiras individuais, moderno sistema de iluminação e novos equipamentos esportivos, incluindo traves, redes, tabelas móveis de basquete e placar eletrônico.
O piso de madeira flutuante recebe as linhas demarcatórias e, no domingo (7), a demão de acabamento de verniz.
Os quatros setores das arquibancadas foram pintados e mais 12 corrimões foram instalados para facilitar o acesso às 3.800 cadeiras individuais. As cabines de imprensa ganharam novo piso, esquadrias de alumínio e vidros.
“Com recursos do município, do Estado e da União, recuperamos e modernizamos por completo o Gigantão”, disse o prefeito Marcelo.
Por iniciativa do prefeito e do secretário de Esporte e Lazer, Jair Martineli, a quadra recebeu a denominação de “Carmo de Souza”, o Rosa Branca, araraquarense que brilhou no basquete nacional e internacional nos anos 60.
A programação
Os portões do Gigantão serão abertos às 8h no dia 9. A abertura solene está prevista para às 9h e consta da programação esportiva duas partidas. Na primeira, o vôlei feminino da Uniara/Fudesport enfrenta amistosamente o Sesi SP, das campeãs olímpicas Dani Lins e Fabiana. Em seguida, o futsal AFA Tradição/Fundesport recebe a Seleção de São Carlos, também em partida amistosa. A entrada é franca.
GIGANTÃO
Leia abaixo um breve histórico do Ginásio Municipal de Esportes Castelo Branco:
O Ginásio de Esportes Castelo Branco de Araraquara é um dos mais famosos complexos esportivos do interior. O Gigantão, como ficou conhecido, tem uma arquitetura única. Iniciado na gestão do prefeito Rômulo Lupo, em 1967, e concluído pelo prefeito Rubens Cruz, em 1969, o ginásio foi palco de grandes disputas esportivas e eventos culturais. Em 2010, o Gigantão foi interditado devido ao rompimento de uma das abas da cobertura. Na gestão do prefeito Marcelo Barbieri, o ginásio foi totalmente recuperado, modernizado e será reaberto à população nesta terça-feira, dia 9 de julho.
O sonho
A construção de um ginásio de esportes era um antigo sonho da cidade, que já declinara acolher eventos de porte, como os Jogos Abertos do Interior, fato que repercutira desfavoravelmente dentro e fora do Estado nos anos 50.
Em 1957, o prefeito Rômulo Lupo (1956-1959) promulgou uma Lei que autorizava a captação de recursos para a construção de um ginásio de esportes, em conformidade com decisão da Câmara Municipal. Este foi o primeiro passo de muitos que seriam dados.
Empossado o prefeito Benedito de Oliveira (1960-1963), outras medidas foram tomadas pela Câmara e pela Prefeitura, mas foi no segundo mandato de Rômulo Lupo (1964-1968) que o projeto começou a se tornar realidade.
O projeto
Assinado pelos arquitetos araraquarenses Luiz Ernesto do Valle Gadelha e Jonas Farias, proprietários da Construtora Domo, o projeto delineava uma obra arrojada, em concreto aparente, com um pórtico rígido e emprego de tirantes protendidos que ligavam os blocos de fundação formando uma quadra com a cobertura em casca, ligada através de um sistema de pilares e tirantes.
Pietro Candreva, engenheiro, professor e mestre, fez os cálculos da estrutura de concreto armado para o vão de 60 metros (norte e sul) por 100 metros (leste e oeste).
O contrato firmado com a Prefeitura previa investimentos municipais na ordem de NCR$ 1.348.924,00 (Um milhão, trezentos e quarenta e oito mil, novecentos e vinte e quatro cruzeiros novos), e fixava um prazo de 13 meses para a entrega da obra.
A obra
No final de 1967 tem início o estaqueamento e as escavações do terreno. Em seguida, foram levantadas as arquibancadas. Começava a surgir o ginásio, erguido com muito ferro e muito cimento. Em meados de 1968, foi iniciado o madeiramento para a cobertura.
Chuvas, falta de cimento no mercado e contratempos impediam o cumprimento no cronograma da obra. Mesmo assim, a cidade assistia a tudo maravilhada, e o prefeito Rômulo Lupo cumpria a promessa feita em seu primeiro mandato.
Passando o bastão
Assumiu a Prefeitura o empresário Rubens Cruz (1969-1972), que recebeu de Rômulo Lupo a difícil missão de terminar o ginásio até outubro de 1969, quando aconteceriam os 34º Jogos Abertos do Interior.
O contrato com a Construtora Domo foi rescindido de forma amigável e o prefeito Rubens Cruz convocou então, em abril de 1969, uma Comissão Técnica, composta pelo arquiteto Nelson Barbieri e pelos engenheiros José Henrique Albiero e Roberto Massafera, com o compromisso de concluir a construção.
A responsabilidade da administração das obras ficou a cargo do engenheiro Luiz Antonio Massafera. Sob seu comando, 250 operários, entre pedreiros, eletricistas, encanadores e serventes, empenharam-se em três turnos para concluir o gigante de concreto armado.
A inauguração
O Gigantão foi inaugurado no dia 11 de outubro de 1969, uma semana antes da realização dos Jogos Abertos do Interior.
Queda e Recuperação
41 anos haviam se passado. No dia 29 de outubro de 2010 encerravam-se os Jogos da Primavera. Os funcionários da Secretaria Municipal de Esportes trabalhavam normalmente no Gigantão. Terminaram o expediente, fecharam tudo e foram para casa.
Poucos minutos depois, por volta das 19h, ambulantes, transeuntes e vizinhos do Gigantão ouviram um estrondo e correram para ver o que estava acontecendo. A aba externa, na parte do fundo do ginásio, havia desabado.
O prefeito Marcelo Barbieri seguiu imediatamente para o local. Também chegaram, entre outros, o engenheiro Valter Rozatto (secretário de Obras) e o engenheiro Roberto Massafera (deputado estadual), que foi membro da Comissão Técnica responsável pela conclusão do ginásio em 1969. Era visível a preocupação nos semblantes de todos.
O ginásio foi imediatamente interditado pela Prefeitura, Defesa Civil e Corpo de Bombeiros. A imagem da aba caída impressionava e tomou conta das primeiras páginas dos jornais.
A partir daí, a Prefeitura iniciou um longo e minucioso trabalho de avaliação do estado da estrutura física do Gigantão, com a consultoria de diversos técnicos.
A Prefeitura contratou o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), que fez um estudo sobre as fissuras que causaram a ruptura de parte da cobertura.
A boa notícia era que o ginásio podia ser recuperado e que sua estrutura ficaria compatível com a original. O projeto de recuperação foi elaborado pelo engenheiro Walter Farinelli com consultoria do calculista Pietro Candreva.
Com o laudo do IPT concluído e o projeto pronto, era necessária a busca de recursos para que a complexa obra de recuperação pudesse ter início. Verbas do município e dos governos Federal e Estadual foram utilizadas para a execução do projeto.
Remodelação
O prefeito Marcelo Barbieri decidiu que entregaria um novo ginásio à população, mais moderno, com a estrutura preservada e recuperada e com a parte interior totalmente modernizada.
Cinco diferentes empresas trabalharam no Gigantão, além de equipes da própria Prefeitura, e as obras realizadas foram: recuperação da estrutura, impermeabilização da cobertura, instalação de cadeiras individuais, ampliação da quadra para receber jogos oficiais de futebol de salão, instalação de modernos placares eletrônicos, reforma completa nos sanitários e vestiários dos atletas e árbitros, salas para comissões técnicas, espaço para fisioterapia e recuperação de atletas com banheiras de hidromassagem, remodelação da cabine de imprensa, instalação de sanitários e área reservada para pessoas com deficiência, novo sistema de iluminação, nova rede de hidrantes com 12 pontos e reservatório de água com 23 mil litros, pintura interna e externa, calçada e paisagismo.
Após dois anos e oito meses, o Gigantão reabre suas portas para receber a população. O gigante de concreto armado, de arquitetura moderna e diferenciada, está recuperado. Um importante capítulo da história de Araraquara foi resgatado e o Gigantão volta ser o palco principal de importantes disputas esportivas e de formação de novos atletas.
(Secretaria de Comunicação de Araraquara)