Elias Chediek participou do encontro que teve como um dos temas a situação atual da reserva de água doce
31/05/2011 - 01h48
Foi no Salão Nobre da Unidade 1 do Centro Universitário de Araraquara – Uniara - que aconteceu, nesta sexta-feira (27), uma série de debates envolvendo as questões da água no planeta. Ricardo César Aoki Hirata, membro assessor do Banco Mundial na área de Águas Subterrâneas, consultor da Unesco e da International Atomic Energy Agency (IAEA), mestre em Geociência pela USP e pós-doutor pela universidade de Waterloo (Canadá), apresentou dados e exemplificou como este recurso vem sendo utilizado pelos seres humanos ao longo dos séculos.
O vereador Elias Chediek (PMDB), que preside a Comissão Especial de Estudos, destinada a revisar no Plano Diretor a área de preservação do Aqüífero Guarani, participou da palestra denominada “Câmbios climáticos e os recursos hídricos subterrâneos: avaliando problemas e buscando soluções”. Além de representantes da sociedade civil, o encontro contou com a presença de alunos da instituição, professores e coordenadores do curso de mestrado em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente. Eles participaram pois fazem parte do ciclo de seminários de integração, que ocorre durante o ano com o objetivo de discutir a metodologia de pesquisa sob perspectiva interdisciplinar com pesquisadores externos à escola.
“A PRECIOSIDADE DA ÁGUA DOCE”
Um dos primeiros tópicos a serem tocados por Hirata durante sua explanação envolveu a quantidade de água doce no planeta: 95% dela se encontra em área subterrânea e de 20 a 30% dos fluxos de base de rios em zonas tropicais vêm do subsolo. “É importante lembrarmos que mais do que a água doce em si, deve ser dada especial atenção aos aqüíferos mundiais. Diferentemente dos rios, que possuem uma pequena reserva, os aqüíferos têm capacidade gigantesca para armazenar água. E é por esse motivo que temos de nos conscientizar e levar adiante o tema de preservação dos aqüíferos”, ressaltou o especialista.
Dando como exemplo o reservatório brasileiro “Aquífero Guarani”, com tamanho aproximado de mais de 1 milhão de quilômetros quadrados, Hirata explica que o fenômeno da superexplotação – extração exagerada de água dos aqüíferos – não pode mais causar desequilíbrio ao meio ambiente e à sustentabilidade do planeta. “Em Ribeirão Preto, muitos poços são perfurados e, hoje, a cidade acabou sendo a primeira da região a ter restrição econômica da água”, conta.
Essa retirada e tantos outros temas como a ocupação do solo urbano, a ampliação da área de proteção do Aqüífero Guarani, áreas de recarga do Aqüífero, áreas de proteção permanentes, adensamento urbano, equipamentos públicos, área institucional, arruamento, dentre outros têm sido objeto de estudo ao mesmo tempo da Comissão presidida pelo parlamentar Chediek como também do Conselho Municipal de Planejamento e Desenvolvimento Urbano e Ambiental de Araraquara (Compua).
O prazo para entrega das análises sobre este reservatório de água doce, que abrange grande parte da região do interior do Estado de São Paulo, foi de 60 dias contados a partir do dia da aprovação da Comissão, ou seja, 23 de fevereiro deste ano. Tais estudos podem, ainda, ser prorrogados pelo mesmo período, o que já vem acontecendo. São esperados, portanto, resultados até o final do 1º semestre.