Documentário Memórias da EFA estréia neste sábado no Museu Ferroviário

10/08/2013 - 05h52

Memórias da EFA

O documentário “Memórias da EFA” do cineasta araraquarense Marcelo Machado estréia neste sábado, 10 de agosto, às 19h30, no Museu Ferroviário Francisco Aureliano de Araújo. Numa realização da Prefeitura de Araraquara (Secretaria Municipal da Cultura e Fundart) e Sesc, o documentário tem o patrocínio da Usina São Manoel, e apoio do Proac (Programa de Ação Cultural – Secretaria da Cultura do Governo do Estado de S. Paulo) e Lupo.

O filme trata das memórias afetivas da Estrada de Ferro Araraquara, alma econômica e cultural da cidade durante o século XX. Desdobramento do "Apito do Trem", primeiro documentário de Machado sobre o tema, “Memórias da EFA” tenta por meio de uma viagem pelos trechos da antiga Estrada recontar um pouco de sua história.

Um jovem casal e seus filhos, que nunca andaram em um trem de passageiros, são os personagens dessa epopéia que nos leva de Araraquara até as barrancas do rio Paraná, destino lendário da Araraquarense.

Falar do passado sem contar apenas com depoimentos de pessoas ligadas à EFA durante sua existência foi uma opção do diretor. “Minha vontade de usar os depoimentos dos ex-ferroviários foi de novo traída pela estratégia da viagem", comenta. Entre escombros, tristezas e surpresas um panorama dessa época é recontado e o percurso da EFA redescoberto. O resultado é um retrato de como lidamos com nosso patrimônio

Natural de Araraquara, Marcelo Machado teve sua trajetória profissional em São Paulo ligada a grandes nomes do cinema nacional, tais como Fernando Meireles e seu mais recente trabalho, o documentário Tropicália, foi sucesso de público e critica.

O filme, que se propõe a ser uma ferramenta de discussão sobre a maneira como lidamos como a nossa história, será exibido em vários espaços: universidades, centros culturais, associações, escolas, entre outros.

 

Depoimento do diretor Marcelo Machado:


“Quando fiz o ‘Apito do Trem’ em 2009, duas coisas me motivaram: estar mais perto do meu pai e saber como a cidade reagiria às transformações da retirada dos trilhos no centro. Talvez mais que isso, pensei em fazer um documentário como uma forma de contribuir para a reflexão sobre que cidade os araraquarenses querem para o futuro e participar politicamente desse debate.

O ‘Apito’ me levou a gravar muitas entrevistas com ex-ferroviários que pensei um dia serviriam para contar a história da Estrada de Ferro Araraquara. Foi muito bom ter feito, retomei minha relação com a cidade, aprendi muito sobre sua história mas não cheguei a ficar satisfeito com o resultado nem a repercussão. Sobre o resultado, bem disse o sr. Américo Aguiar Borges - seu documentário é mais político do que poético. E sobre o resultado, esperava ver a cidade mais entusiasmada em discutir as imensas possibilidades que a vocação ferroviária e o espaço público ainda reservam para o município. Senti um certo limite também não sendo morador da cidade nem verdadeiro militante da causa ferroviária, o que me obrigaria a estar em Araraquara exibindo e promovendo discussões sobre o tema permanentemente.

Resolvi então partir para um segundo documentário, usando algumas das entrevistas não utilizadas e tentando abordar de uma outra forma a história da EFA. Como não acredito que um documentário pode esgotar um tema, objetivo mais adequado a um livro ou tese acadêmica, resolvi seguir um rumo mais poético. E procurei envolver personagens que fossem ativos e combativos. Foi assim que cheguei na Eleonora Ducerisier e sua família. Foi ela quem me propôs viajar até o ‘final da linha’. Como o trem não leva nem quis levar passageiros, acabamos viajando de carro e minha vontade de usar os depoimentos dos ex-ferroviários foi de novo traída pela estratégia da viagem.

O resultado é um retrato de como lidamos com nosso patrimônio. A partir de agosto estaremos exibindo em locais públicos e gratuitamente o documentário que não é uma memória definitiva, mas um painel de memórias dessa ferrovia que foi sem dúvida o maior vetor da atividade econômica do município no século passado. Não posso deixar de pensar também que o momento é de debate, de discussão e busca de novos caminhos para o desenvolvimento do país. Mais uma vez, espero contribuir.”

 

Ficha Técnica:


Eleonora Ducerisier, Pan e Nix Montenegro, Dan Baldassari - elenco

Marcelo Machado - roteiro e direção

Fernando Schimidt - assistência de direção

Eleonora Ducerisier - narração

Luciane do Valle - pesquisa

Fernando Fonini - fotografia

Diogo Costa Cavalheiro - gaffer

Marcos Botelho Jr. - assistência de fotografia

Guilherme Bonini - fotografia, segunda unidade

Carlos Ebert, ABC - fotografia vídeo do museu

Orlando Pereira - som direto

Daniel Fiori - montagem

Fagner Pereira - edição do vídeo no museu

Marilia Alvarez de Mello - produção executiva

Tania Capel - produção

Denise Zakaib - produção

Danielle de Aquino - produção viagem

Viviane Cristina Pinto - gestão de projeto cultural

Caê Rolfsen - trilha sonora

Sung Ton Ruey - artes

Renata Sung Machado - projeto gráfico

Leticia Rheingantz - assistência do diretor

Denis Pimentta - blog e redes sociais

Adriana Medina - captação de patrocínio

Márcio Pontes - cenografia

Punch Audio - edição de áudio e mixagem

Cristiano Pinheiro - supervisão de som

Lili D. Aragoni - atendimento som

Cristiane Oliveira - coordenação som

 

Exibições


Estreia: 10/08, às 19h30

Local: Museu Ferroviário de Araraquara - Rua Antonio Prado - s/n°

Bairro: Centro (antiga estação ferroviária)

Entrada gratuita

 

Outras apresentações:


- 11/08 (domingo) - Praça das Bandeiras (Bate-Papo com Diretor e Eleonora) - 19h30

- 12/08 (segunda) - Oficina Leila Abramo - Vila Xavier, 19h30

- 13/08 (terça) - CAIC Ricardo Monteiro (10h30 e 13h)

- 14/08 (quarta) - CAIC Rubens Cruz (10h30 e 13h)

- 15/08 (quinta) - Secretaria de Cultura Catanduva, antiga Estação Ferroviária, 19h30

- 16/08 (sexta) - Praça da Fonte-AFE, “Bar dos Ferroviários”, 19h30

- 17/08 (sábado)- Bueno de Andrada (no terreno ao lado da igreja), 19h30

- 18/08 (domingo) - Assentamento Bela Vista (sede Grupo Pé Vermelho), 17h

- 19/08 (segunda) - EE "Angelina Lia Rolfsen" - CECAP, 19h30

- 20/08 (terça) - Sesc Araraquara - sessão comentada com o diretor, 20h

- 21/08 (quarta) - Uniara, 19h30


(Fonte: Assessoria de Imprensa do documentário - Rosane D\'Andrea)