17/08/2013 - 04h47
O dentista Julio César Aparecido Curti, de 48 anos, foi preso pela Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Araraquara, suspeito de integrar grupo que fraudava o vestibular de medicina do Centro Universitário de Araraquara (Uniara).
Na casa do dentista, na Chácara Velosa, policiais civis encontraram livros de diversas áreas. Um computador e pen drive foram apreendidos pela polícia.
Curti está detido na cadeia pública de Jaboticabal, onde deverá ficar por um período de cinco dias. O delegado Elton Hugo Negrini vai solicitar a prisão preventiva do dentista.
O corretor imobiliário Sérgio Aparecido Miquelon, 55, também suspeito da fraude, está foragido. Na casa dele, na Avenida Santo Antonio, na Vila Xavier, foram encontrados objetos utilizados na confecção de pontos eletrônicos. Entre eles: miçangas, fios e cola. Um caderno com anotações onde ensinava passo a passo como usar o ponto eletrônico. Lá também havia perucas e celulares.
Segundo a investigação, o corretor é suspeito de agenciar valor e fazia o esquema com a participação do dentista.
Entre os documentos encontrados na casa de Miquelon, havia uma carteira de delegado da Polícia Ambiental. Lá, também estava uma carta que era entregue aos candidatos que pagaram pelas respostas. No texto, há promessa de recompensa para quem indicar outros estudantes.
Negrini acredita que os criminosos cobravam entre R$ 30 e 40 mil de cada candidato.
A polícia acredita que existem outros envolvidos no esquema de fraude. No exame realizado no último dia 6 de julho, 12 estudantes foram flagrados com pontos eletrônicos. Nele, os alunos recebiam as respostas das provas. Todos respondem em liberdade pelo crime de fraude.
De acordo com Negrini, apesar do dentista afirmar que simplesmente prestou o vestibular, existe provas de que ele participaria do esquema de fraude. Curti fez a prova e saiu para passar o gabarito.
O assessor jurídico da Uniara, Fernando Passos, repassou documento que comprova a participação do dentista no vestibular. Lá, ele prestou a prova, mas não passou.
A polícia acredita na hipótese do dentista ter preenchido as respostas corretas em um rascunho antes de divulgá-las aos candidatos. A polícia vai analisar imagens de câmera da universidade para verificar se ele realmente prestou a prova e se usava peruca”, comentou o policial.
A polícia acredita que cada membro tinha uma função específica para resolver cada área pedida no vestibular.