Secretaria de Meio Ambiente está revitalizando o Ribeirão das Cruzes. Prefeitura já recuperou córregos do Tanquinho, Vieira, Água Branca e Flora
Fotógrafo: João Pires/LBF
01/06/2011 - 04h02
O prefeito Marcelo Barbieri participou, na noite de segunda-feira (29), do primeiro ciclo de debates sobre Meio Ambiente, Consciência Ambiental e Sustentabilidade, promovido pelo Sistema Integrado de Comunicação Roberto Montoro. No evento, que aconteceu no auditório da Unip, Marcelo fez um balanço sobre as políticas ambientais de Araraquara e destacou o grande momento vivido com as ações de recuperação dos mananciais, que fizeram da cidade referência nacional no assunto.
“Já recuperamos os córregos do Tanquinho, Vieira, Água Branca e Chácara Flora. Agora a Secretaria do Meio Ambiente está encarando um de seus maiores desafios que é a revitalização dos 35km de extensão do Ribeirão das Cruzes”, afirmou Marcelo. Além do prefeito, a abertura do Ciclo de Debates contou com a participação do deputado federal Dimas Ramalho e dos deputados estaduais Roberto Massafera e Edinho Silva. A mediação foi realizada pelo jornalista José Carlos Magdalena.
O Córrego do Tanquinho, com aproximadamente 6 km de extensão, teve ao longo dos anos grande parte da sua Área de Preservação Permanente (APP) invadida. Durante 20 anos os ocupantes utilizaram a área para o plantio de hortaliças e criação de animais. O curso do rio foi alterado com a finalidade de irrigar tais plantações e abastecer tanques para criações de peixe. Outra ocorrência constante era o depósito de lixo e entulho em suas margens. “No processo de revitalização foram encontradas e recuperadas seis nascentes e plantadas mais de 40 mil mudas. Hoje o córrego está de volta ao seu leito original de 20 anos atrás”, salientou Marcelo.
Desde 2009, foram plantadas 118.912 árvores nativas nos mananciais – mudas cultivadas no Viveiro Municipal de Mananciais, que já produziu mais de 140 mil mudas. Em 2009, a Prefeitura e a Cetesb implantaram o licenciamento ambiental e já foram emitidas 110 licenças, fazendo de Araraquara um pólo de estágio para outras cidades que querem implantar a licença ambiental. Dentro da revisão do Plano Diretor de Desenvolvimento e Política Urbana e Ambiental, a Prefeitura também está estudando as áreas de recarga e contribuição do Aqüífero Guarani.
“Nenhuma dessas ações teria sentido sem uma consciência ambiental coletiva. Por isso investimos forte em educação ambiental e este é um dos requisitos que tem maior peso na avaliação realizada pelo Estado, que concedeu a Araraquara, por duas vezes consecutivas, o título de Município Verde Azul”, afirmou Marcelo. Certificada pela primeira vez em 2009, a cidade repetiu o feito em 2010 e ainda conquistou o Prêmio Franco Montoro pela recuperação de mananciais. “Toda essa política ambiental tem um custo para o município, para isso criamos a Secretaria de Meio Ambiente, que já tem conquistado importantes avanços”, frisou.
O deputado Edinho Silva também defendeu que a recuperação de mananciais como prioridade, como Ribeirão das Cruzes, um símbolo de Araraquara conforme disse. A necessidade de conscientização da população também foi apontada pelo parlamentar como fator decisivo.
Ele chamou atenção para uma reflexão sobre o modelo de consumo frente aos desafios de preservação do meio ambiente.
Dimas Ramalho falou sobre a recente aprovação, pela Câmara dos Deputados, do Código Florestal, e levantou as discussões sobre os projetos de ocupação da área remanescente dos trilhos, frisando a idéia de desenvolver uma política de equilíbrio entre progresso e meio ambiente.
Na mesma linha posicionou-se o deputado Roberto Massafera, que disse que a sociedade precisa encontrar os caminhos para o desenvolvimento que promova a inclusão social e a preservação das riquezas naturais. “Uma democracia se constrói assim, com discussão e ampla participação”.
Lixo urbano
Outro tema abordado no debate foi a destinação do lixo urbano. Segundo o prefeito, que defende a discussão de uma alternativa ao aterro sanitário, está em estudo a formação de um consórcio regional para a implantação de uma usina de incineração que possa transformar o lixo em energia. Em 2009 a Prefeitura lacrou o lixão da cidade e desde então é feito o transbordo para Guatapará. “Hoje o lixo que fica em Araraquara é o reciclável. Podemos diminuir o volume transportado a medida que aumentarmos a reciclagem. Este ano doamos um terreno para que a cooperativa Acácia, parceira do município nesse trabalho, possa ampliar suas ações. Buscamos uma alternativa, mas estamos convencidos que o aterro não é a melhor opção”, salientou Marcelo.
O prefeito e os deputados parabenizaram o Sistema Integrado de Comunicação Roberto Montoro pela realização do evento, que está proporcionando um amplo e necessário debate sobre o meio ambiente. Para o jornalista José Carlos Magdalena, além de mostrar o que está sendo feito em Araraquara, o Ciclo de Debates visa popularizar as discussões em busca de alternativas para melhorar a qualidade de vida.