27/08/2013 - 03h57
À beira da perfeição na primeira fase, com 32 pontos conquistados em 36 possíveis, Ferroviária/Fundesport manteve-se invicta no Paulista após empate com Rio Preto (1 a 1), fora de casa. “Esses méritos estão num tempo pretérito”, avaliou o técnico Douglas Onça, para quem só os resultados do futuro próximo vão dimensionar a verdadeira campanha das Guerreiras Grenás em 2013. Mata-mata começa no fim de semana que vem
A Ferroviária/Fundesport fechou no domingo (25/8) pela manhã sua participação na primeira fase do Campeonato Paulista Feminino. Com o empate no Estádio Anísio Haddad, o “Riopretão”, em São José do Rio Preto, contra o Rio Preto, em 1 a 1, a equipe de Araraquara se classificou em primeiro lugar em seu grupo, com uma campanha praticamente perfeita: foram 10 vitórias e dois empates em 12 partidas (88,89% de aproveitamento), 65 gols marcados e apenas cinco sofridos.
A camisa 10 Raquel anotou mais um, chegou a 16 na competição e prossegue isolada na artilharia. A vice-artilheira, Ana Barrinha, do Rio Preto, também marcou e agora tem 10 gols. Raquel abriu o placar no início da etapa complementar, após receber um passe preciso e precioso de Isabela, que a deixou de frente com Cris. Com a tranquilidade e categoria habituais, a meia-atacante deslocou a goleira com um toque leve, rasteiro, e fez Ferroviária 1 a 0.
A Ferroviária teve ao menos três chances de matar o jogo. Na melhor delas, Adriane Nenê poderia ter invadido a área, mas optou pelo passe: Raquel estava em impedimento – corretamente assinalado. O Rio Preto passou a pressionar da metade do segundo tempo em diante e, com merecimento, empatou a dois minutos do fim, após bela jogada individual de Ana Barrinha, que se livrou de Géssica e Tayla antes de finalizar – bateu cruzado, rasteiro, sem chance para Luciana.
Equilíbrio
O jogo foi parelho o tempo inteiro. Os times se revezaram na intensidade. A Ferroviária começou melhor. Marcando no campo de ataque, pressionando a saída de bola, e mantendo a posse com qualidade, as Guerreiras Grenás dominaram os primeiros 30 minutos da etapa inicial.
Aos 12 minutos, Ludmila desperdiçou ótima oportunidade, após receber de Dioneide. A camisa 9, titular pela primeira vez no Paulista, dominou, entrou na área, cortou a zagueira do Rio Preto, mas chutou fraco, em cima de Cris.
O Rio Preto conseguiu equilibrar o jogo. E teve a chance mais clara do primeiro tempo, com um pênalti. Darlene recebeu na intermediária e conduziu até a grande área, onde foi derrubada por Ana Paula. O técnico Douglas Onça contestou a marcação. A volante Jéssica cobrou rasteiro, no canto direito de Luciana, que saltou e fez a defesa em dois tempos.
A Ferroviária até chegou a abrir o placar no primeiro tempo. Mas a finalização de Isabela, que avançou pela direita em velocidade, furou a rede pelo lado de fora. Apesar da comemoração do banco, árbitro e bandeira apontaram a irregularidade sem hesitar.
Calor do jogo
Se o duelo entre as principais equipes do grupo já estava quente, como a temperatura em São José do Rio Preto, as animosidades ficaram ainda mais acirradas no segundo tempo.
A arbitragem optou por paralisar a partida a todo instante, o que também contribuiu para irritar as atletas de ambos os times. Em sua partida mais faltosa no campeonato, a Ferroviária levou quatro cartões amarelo: Marina, Ana Paula, Raquel e Nágela.
O Rio Preto sentiu o gol da Ferroviária, que investiu no ataque para ampliar a diferença. Após cruzamento pelo alto, Géssica e Ludmila se atrapalharam e nenhuma das duas, totalmente livres, finalizou. A bola acabou espirrando na defensora que estava atrás do lance e saiu.
Aos poucos, porém, o Rio Preto encontrou força para reagir e pressionar. Com determinação, o time da casa passou a chegar com perigo à meta de Luciana, que operou verdadeiro milagre após conclusão à queima-roupa de Pequena. A terceira artilheira do Paulista, Suzana, do Rio Preto, que entrou no segundo tempo, ajudou seu time a atacar com mais qualidade.
E o castigo veio no final. Embora castigo talvez não seja a definição mais adequada, uma vez que, no fim das contas, o placar foi justo. “O resultado fez justiça ao esforço das duas equipes”, comentou Onça. “Nós oscilamos demais durante a partida. Começamos a campanha da primeira fase com um empate e terminamos com outro”, relembrou o treinador, antes de comentar sobre a segunda fase. “O que fizemos até aqui já é passado. Estamos preparados para o mata-mata”.
A Federação ainda não definiu as datas dos confrontos das quartas. A Ferroviária, no entanto, já sabe que enfrenta o São Caetano – ou sábado (31/8) ou domingo (1º/9). A primeira partida é em São Caetano do Sul.
Luciana, Daiane, Thaísa, Adriane Nenê e Raquel, convocadas para a seleção brasileira, embarcam amanhã (26/8). Voltam na sexta (30/8) para o duelo.
ESCALAÇÃO DA FERROVIÁRIA/FUNDESPORT: Luciana; Isabela, Géssica, Marina e Ana Paula (Andressa Alves); Carol Melhado, Erikinha (Rosângela) e Raquel; Dioneide (Tayla), Ludmila (Nágela) e Adriane Nenê (Rilany). Técnico: Douglas Onça.
