SPCD promove a acessibilidade em espetáculo com recurso de audiodescrição

A SPCD apresentará o espetáculo com o recurso de audiodescrição dia 06 de setembro, às 21h, no Teatro Municipal de Araraquara

Fotógrafo: Sergio Pierri
04/09/2013 - 02h50

Cultura

A abertura do 13º Festival de Dança de Araraquara, realizado pela Secretaria Municipal da Cultura e Fundart e em parceria com SESC – Araraquara, Secretaria de Estado da Cultura, Escola Municipal de Dança Iracema Nogueira, Funarte e Danzarin – acontece na próxima quinta-feira (05) com a São Paulo Companhia de Dança (SPCD), às 21h, no Teatro Municipal.

No repertório, marcado pela variedade das obras, destaca-se “Petite Mort”, de Jirí Kylián, estreia da Companhia no último mês; além de “Peekaboo”, de Marco Goecke; o “Grand Pas de Deux de Dom Quixote”, de Marius Petipa; e “Gnawa”, do coreógrafo Nacho Duato.

A mesma programação do dia 05 será apresentada também no dia 06 de setembro, no mesmo local e horário, mas com um diferencial: a SPCD, mantida pelo Governo do Estado de São Paulo, apresenta pela primeira vez em Araraquara um espetáculo de dança com recurso de audiodescrição. O método possibilita que portadores de deficiência visual, por meio de mediação linguística por fones de ouvido, desfrutem de um espetáculo especialmente traduzido para uma linguagem intersemiótica que os inclui e os emociona durante a apresentação da Companhia.

Esta é a segunda apresentação promovida com apoio do Programa Estadual de Acessibilidade em Cultura – uma parceria entre as Secretarias de Estado da Cultura e dos Direitos da Pessoa com Deficiência, firmada com o objetivo de viabilizar a implantação de recursos de acessibilidade comunicacional em produtos culturais diversos.

A cidade também receberá os Programas Educativos e de Formação de Plateia da Companhia. Voltado para o público infanto-juvenil, o “Espetáculo Aberto para Estudantes”, que visa aproximar o jovem espectador do universo da dança, acontece dia 06 de setembro, às 15h, no Teatro Municipal de Araraquara. Na ocasião, os participantes assistem a trechos das obras que fazem parte do repertório da Companhia.

“A São Paulo Companhia de Dança, desde sua criação, promove o acesso à dança. É um grande privilégio voltar a Araraquara com um espetáculo que proporciona a audiodescrição das nossas obras para o público local. É movimento para ouvir”, disse Inês Bogéa, diretora da São Paulo Companhia de Dança. “Araraquara é uma cidade que dança e queremos reencontrar o público que segue a Companhia e também conhecer mais sobre a dança que se faz aqui, pela voz de seus artistas”, argumentou a diretora.

Os ingressos devem ser retirados no dia da apresentação (05 ou 06), a partir das 13 horas, na bilheteria do teatro, sendo até dois ingressos por pessoa.

SPCD - Criada em janeiro de 2008 pelo Governo do Estado de São Paulo, a São Paulo Companhia de Dança é dirigida por Inês Bogéa, doutora em Artes, documentarista e escritora. Ao longo desse período já foi assistida por um público superior a 340 mil pessoas em seis diferentes países, passando por aproximadamente 55 cidades, num total de mais de 360 apresentações.

A Companhia apresenta um repertório variado, que vai do clássico ao contemporâneo. Em 2013 sua marca de inovação e tradição se mantém com seis novas estreias. Destaque para Peekaboo, peça inédita criada pelo renomado coreógrafo alemão Marco Goecke, a primeira montagem de um grande clássico – Romeu e Julieta – e a segunda edição do Ateliê de Coreógrafos Brasileiros com obras de Luiz Fernando Bongiovanni (Utopia ou o Lugar que não Existe) e Ana Vitória Freire. Figuram também as remontagens de Por Vos Muero, de Nacho Duato e Petite Mort, de Jirí Kylián.

A dança tem muitas histórias, e para revelar um pouco delas a Companhia criou a série de documentários Figuras da Dança que traz para você essa arte narrada por quem a viveu. Até o final do ano, a série contará com 25 episódios. A SPCD também produz a série de documentários Canteiro de Obras e livros de ensaios, dentro de seu programa de Registro e Memória da Dança.

Seus programas se completam com Programas Educativos e de Formação de Plateia para Dança. Na Palestra para os Educadores temos a oportunidade de diálogo sobre os bastidores dessa arte; nas Oficinas de Dança, um encontro entre estudantes de dança e professores da SPCD; no Espetáculo Aberto para Estudantes a proposta é ver, ouvir e perceber o mundo da dança. O Dança em Rede, uma enciclopédia de dança online disponível no site da Companhia procura mapear a dança de cada cidade por onde passamos.

A Companhia é um lugar de encontro dos mais diversos artistas – como coreógrafos, iluminadores, fotógrafos, professores convidados, remontadores, escritores, artistas plásticos, cartunistas, músicos, figurinistas e outros – para que se possa pensar um projeto brasileiro de dança.

Conheça o repertório da SPCD para o Festival de Dança de Araraquara (dias 05 e 06):


Petite Mort (1991)


Sobre dois concertos de Mozart para piano, a obra para seis homens e seis mulheres tem como tema principal o prazer e a duração desse momento, no qual somos lembrados de que a vida é relativamente curta e que a morte nunca está longe de nós; nesta peça bailarinos interagem com floretes enquanto a morte espreita a vida.

“Uma morte sempre acompanha a nossa vida, às vezes ela é pequena, às vezes grande. Mas é a companheira fiel que temos desde que nascemos, até o fim”, fala Kylián.

Coreografia: Jirí Kylián

Assistente de coreografia: Patrick Delcroix

Músicas: Wolfgang Amadeus Mozart; Concerto para Piano em Lá Maior KV 488
(Adagio) e Concerto para Piano em Sol Maior KV 467 (Andante)

Cenografia: Jirí Kylián

Desenho de figurino: Joke VisserDesenho de luz: Jirí Kylián (concepção), Joop Caboort (realização)

Supervisão técnica de luz e palco: Kees Tjebbes

Remontagem para a SPCD: Patrick Delcroix

Estreia mundial: 1991, Nederlands Dans Theatre

Estreia pela SPCD: agosto de 2013, São Paulo

 

“Grand Pas de Deux de Dom Quixote” (1869)


O Grand Pas de Deux de Dom Quixote é o momento do casamento de Kitri e Basílio, personagens principais dessa obra. Dançado pelo mundo todo, esse duo representa um grande desafio para os intérpretes não só pela qualidade técnica, mas também pela interpretação.

Coreografado por Marius Petipa, o balé Dom Quixote é baseado num capítulo da famosa obra de Miguel de Cervantes, que narra as aventuras do barbeiro Basílio e seu amor por Kitri, a filha do taberneiro.

O cavaleiro Quixote se apaixona por Kitri, confundindo-a com Dulcinéia, seu amor. Após aventurar-se pelo mundo em batalhas imaginárias contra ventos e moinhos, no último ato o protagonista celebra ao lado de seu fiel escudeiro Sancho Pança o casamento entre os dois apaixonados.

Coreografia: Marius Petipa (1818-1910)

Música: Leon Minkus (1826-1917)

Remontagem: Manoel Francisco

Figurinos: Tânia Agra


“Peekaboo” (2013)


Inspirado pelo fenômeno astronômico das supernovas – estrelas que explodem e brilham no espaço por algum tempo – Marco Goecke criou esta obra em 2009 para a Scapino Ballet Rotterdam.

Supernova é uma coreografia de contrastes, na qual morte e vida, escuro e claro, estão ligadas pela energia de cada corpo. Os bailarinos aparecem e desaparecem do palco misteriosamente e a movimentação é marcada por sequências muito rápidas, precisas e controladas que fazem os corpos vibrarem.

Coreografia e figurino: Marco Goecke

Luz: Udo Haberland

Dramaturgia e organização: Nadja Kadel

Músicas: Benjamin Britten, Simple Symphony, e coral Mieskuoro Huutajat, H.Y.V.Ä e Sininen ja valkoinen

Execução de figurinos para a SPCD: Thomas Lampertz

Coprodução: Movimentos Wolfsburg

Estreia pela SPCD: 2013, Wolfsburg, Alemanha


“Gnawa” (2005) - Estreia pela SPCD em 2009


Coreografia: Nacho Duato

Músicas: Hassan Hakmoun, Adam Rudolph, Juan Alberto Arteche, Javier Paxariño, Rabih Abou-Khalil, Velez, Kusur e Sarkissian.

Remontagem: Hilde Koch e Tony Fabre

Figurinos: Luis Devota e Modesto Lomba

Iluminação: Nicolás Fischtel

Organização e produção original: Carlos Iturrioz Mediart Producciones SL (Spain)

Esta peça utiliza os quatro elementos fundamentais - água, terra, fogo e ar – para tratar da relação do ser humano com o universo. A obra apresenta ainda o recorrente interesse de Nacho Duato pela gravidade e pelo uso do solo na constituição de sua dança.

O povo gnawa, descendente de escravos do sul e do centro do continente, se instalou ao longo dos séculos no norte da África, criando uma cultura forte e reconhecida mundialmente. Dizem que quem ouve sua música não consegue ficar sem dançar.

SERVIÇO:


Festival de Dança de Araraquara apresenta:

São Paulo Cia. de Dança com os espetáculos:

“Peekaboo”, “Dom Quixote”, “Petite Mort” e “Gnawa”


Dias 05 e 06 de setembro (dia 06: recurso de audiodescrição)

Local: Teatro Municipal de Araraquara (Av. Bento de Abreu, s/nº - Fonte Luminosa)

Horário: 21 horas

Ingressos gratuitos


Retirada de ingressos no dia da apresentação, a partir das 13h na bilheteria do Teatro (até 02 ingressos por pessoa)


Livre