Vereador argumenta ser necessário preservar uma manifestação cultural tradicional dos assentados
18/09/2013 - 02h29
A Câmara Municipal aprovou por unanimidade, na sessão ordinária desta terça-feira, 17 de setembro, projeto de lei do vereador Édio Lopes (PT) incluindo no Calendário Oficial de Eventos do Município a Festa Junina do Assentamento Bela Vista do Chibarro, realizada anualmente em junho.
O projeto prevê que “os recursos necessários para atender as despesas com a execução desta lei serão obtidos mediante parceria com empresas de iniciativa privada ou governamental” e que a festa poderá ocorrer em outro mês, em caso de inviabilidade, desde que o Município seja comunicado com antecedência mínima de 180 dias.
Édio destaca que a festa do assentamento recebe um público estimado de 7 mil pessoas, “que se identificam com o modo de vida, as festas e tradições do meio rural”. Segundo ele, “os assentados guardam sua principal tradição e significado, que é festejar o término do ciclo agrícola, e o Assentamento Bela Vista do Chibarro, desde 1990, comemora suas colheitas com uma Festa Junina”.
História
“No final do século XIX a Fazenda Bela Vista era uma rica produtora de café. “Essa riqueza está expressa em construções imponentes, como o casarão, a tulha e os terreiros de café com acabamentos luxuosos”, afirma. “Em 1929, com a redução dos preços do produto no mercado, a crise econômica abateu a propriedade, que foi vendida para o proprietário da Usina Tamoio, que transformou o cafezal em um grande canavial”.
O vereador frisa que com a queda do preço do açúcar, a Usina Tamoio foi à falência. Em 1989, com a pressão de trabalhadores sem terra, a fazenda foi desapropriada e transformada no Assentamento Bela Vista do Chibarro. “Ficaram muitas construções, mostrando o que foi o auge do café no interior paulista e é nesse espaço que a comunidade assentada celebra suas colheitas”.
Édio Lopes alega que “as festas juninas estão entre as mais tradicionais e divertidas no Brasil e a do Bela Vista é uma manifestação cultural preservada há mais de duas décadas no assentamento, guardando suas origens para que sejam reproduzidas de geração a geração”.