Kris Tavares prepara mostra de fotografia still de cinema

Fotógrafa de Araraquara assina fotos do documentário dirigido por Renato Barbieri

Fotógrafo: Sergio Pierri
12/11/2013 - 06h31

A fotógrafa araraquarense Kris Tavares prepara-se para o lançamento de uma mostra fotográfica de seu trabalho realizado durante as filmagens do documentário “ARARAQUARA: Memórias de uma Cidade”, do cineasta Renato Barbieri. A exposição fará parte da avant-première que será realizada no dia 28 de novembro no Centro de Convenção, para convidados. Depois, no dia 29, a exposição segue para o Cine Lupo, onde o filme entra em cartaz.

Kris foi apresentada ao diretor Renato Barbieri, indicada para que fizesse as fotos iconográficas, que são fotografias documentais. “As fotos de iconografia são aquelas que reproduzem qualquer tipo de material, como fotos antigas,  mapas, telas, documentos – por exemplo”, explica Kris. “As fotos de iconografia me fez saborear com os olhos o que foi Araraquara. Foi uma viagem no tempo de uma cidade linda, que parecia européia!”.

Mas o envolvimento com a equipe e com o trabalho levou a fotógrafa além: ela foi convidada pelo diretor a assinar as fotos still, que retratam tanto o making of, como as cenas do filme. Aceitou na hora e mergulhou nessa viagem produzida em 2012, acompanhando a equipe em praticamente todas as cenas do longa metragem, com locações em Araraquara, Matão, Rincão, São Carlos, Campinas, Itu e São Paulo.

Trabalhar com a Kris fazendo o still do filme ARARAQUARA foi uma grata surpresa. Ela já me havia sido indicada por amigos como uma fotógrafa talentosa. E no set de filmagem, junto com seu talento e através de suas lentes, ela mostrou uma grande sensibilidade profissional e fina comunicação com equipe e elenco. Por mim eu levo a Kris para fazer o Still de todos meus filmes, elogiou o diretor Renato Barbieri.

 

Still - Ao que se sabe, Kris é a primeira fotógrafa da cidade a assinar fotos still profissionalmente e este também é o seu primeiro trabalho para cinema. Ela conta que as fotos do making of retratam como é produzido o filme, documentando o set de filmagem, figurinos, o trabalho de maquiagem, de montagem de travelling (que são os trilhos) – entre outros. “Já as fotos de cena retratam a cena que será vista pelo público na tela. Mas fazer foto de ação é tão bom quanto fazer o making of”, diz.

“Todo este trabalho requer o acompanhamento no set de gravação durante as filmagens. É fundamental que o fotógrafo seja disciplinado e tenha técnica, pois é um local onde é preciso haver silêncio. Muitas vezes também, o set pode ser um espaço pequeno com uma equipe grande por trás, o que exige concentração para a execução das fotos. É necessária uma preocupação redobrada de postura na hora da filmagem”, revela.

Buscando aperfeiçoar o trabalho, Kris conta que, anteriormente às gravações, ela já analisava o script das cenas a serem rodadas para estar apta para os acontecimentos desta cena. “É um trabalho de muito prazer, porém é cansativo, claro. Saíamos às 6 da manhã e voltávamos meia-noite, geralmente. A parte da ficção foi gravada em aproximadamente 20 dias”. Ela lembra que as fotos de iconografia foram produzidas em outro horário para que pudesse acompanhar as gravações e produzir as fotos still.

 

Making of  - Percalços de bastidores foram documentados para o making of do filme. Kris lembra que na cena que Pedro José Neto foge de Piracicaba para esses campos, a produção precisou abrir a mata que era muito fechada para a montagem do travelling. “A maioria das pessoas não tem idéia do trabalho realizado por trás das câmeras”.

Ela enfatiza o trabalho extremamente profissional da equipe, que contou também com profissionais que assinaram: efeitos especiais, maquiagem, figurino – entre outros. “Fiquei encantada com o profissionalismo do Renato Barbieri e de toda a equipe, que era muito grande. O Renato é extremamente profissional, acessível e pra lá de gentil”.

E além das fotos de cena, making of e iconografia, Kris também acompanhou e documentou todos os entrevistados do filme. Ignácio de Loyola Brandão, Beto Caloni, Marcelo Cirino são alguns dos entrevistados registrados pelas lentes de Kris.

Para tanto, Kris reforça que este tipo de trabalho não se pode usar flash e, então, o equipamento profissional é de extrema importância. “Usei lentes superluminosas, aproveitando as luzes elaboradas pelo diretor de fotografia, e procurando ser fiel a esse ambiente. Eu realmente não gosto de usar flash... eu gosto de luz ambiente”.

Fotógrafa do jornal Tribuna Impressa, em Araraquara, Kris já marcou passagem pelos seguintes veículos de comunicação: Folha de São Paulo, Veja Interior, Jornal da Volkswagen do Brasil e Revista Kappa – entre outros. Ela lembra que a fotografia still sempre lhe encantou. “Eu sempre gostei de fotografia de cena e, curiosamente, quando comecei minha carreira, uma das primeiras oficinas que participei tinha este tema. Depois disto nunca mais parei e fiz muitas fotos de cena, principalmente para teatro”.

O cinema sempre esteve em seus planos, mas devido às poucas filmagens que ocorrem nessa região, ela nunca se envolveu com alguma produção. “Mas o momento chegou e foi incrível! Inclusive já rendeu convite para outro trabalho em cinema!”.

 

Exposição - A exposição irá apresentar 30 fotos coloridas no tamanho 30 x 60 cm. Para a seleção e edição do material da exposição foram consideradas as fotos mais curiosas e bem feitas. Vale destacar que, entre aproximadamente 4.500 fotos, Kris “peneirou” as 30 da exposição.

A fotógrafa lembra que a exposição tem a idéia de ser itinerante, acompanhando o filme por onde ele circular. Agora, Kris busca a edição de um livro bilíngüe sobre as fotos do documentário, com foco na fotografia still de cinema e na história de Araraquara.

“A idéia é revelar a maioria das fotos de making of do filme, apresentando cenas e curiosidades que o público não vê, pois as cenas o público poderá ver no cinema”.