Categoria para nesta sexta-feira e a regional do Sindpd atua junto aos profissionais para garantir a manutenção dos direitos
Fonte: Aline Quezada (AI) 21/02/2014 - 04h37
Os trabalhadores da área de Tecnologia da Informação (TI) da região de Araraquara vão aderir à greve estadual que começa nesta sexta-feira (21). A paralisação foi aprovada em assembleia realizada no dia 15 pelo Sindicado dos Trabalhadores em Processamento de Dados (Sindpd), em São Paulo. A regional em Araraquara, que abrange 32 cidades e mais de 5 mil trabalhadores, realizará ações nas portas das empresas para apoiar e proteger os funcionários durante o movimento.
De acordo com Daniel Forini, diretor da Regional do Sindpd em Araraquara, a categoria reivindica reajuste salarial de 8,8%; 10,3% nos pisos salariais; vale-refeição de, no mínimo, R$ 16 para todos os trabalhadores de TI, sem desconto, além de reajuste da categoria nos VRs acima desse valor; e licença maternidade de 180 dias. A proposta apresentada pelo Sindicato das Empresas de Processamento de Dados e Serviços de Informática do Estado de São Paulo (Seprosp) inclui reajuste de 6,5%; 6,7% nos pisos; e vale-refeição de R$ 14 para empresas com mais de 50 empregados (as demais não ficariam obrigadas).
A reivindicação dos trabalhadores também inclui a obrigatoriedade de apresentação de proposta de Participação nos Lucros e/ou Resultados (PLR) para empresas com mais de 10 empregados em 2014, e para todas as empresas (com qualquer número de funcionários) em 2015. A classe patronal aceitou somente a obrigação para os casos de mais de 10 empregados.
Forini explica que a categoria vem sendo desvalorizada pela classe patronal nos últimos anos e diz que é papel do sindicato defender os trabalhadores, para que seus salários sejam compatíveis com o crescimento dos lucros do setor no país, o que inclui Araraquara. “A cidade está se consolidando como um Polo Tecnológico e é inaceitável este desrespeito com o trabalhador. Vamos mostrar nossa força com uma greve que será um marco na história dos trabalhadores em TI”, afirma.
A negociação salarial deste ano foi paralisada no dia 31 janeiro, após quatro quatro rodadas de debates entre o sindicato patronal e o Sindpd. O sindicato patronal pediu uma nova reunião, mas as propostas não avançaram, o que acabou travando o andamento do acordo coletivo.
O presidente do Sindpd, Antonio Neto, diz que a greve é a arma mais legítima que o trabalhador tem contra o patrão. “É chegada a hora, efetivamente, de a categoria mostrar para o patrão o papel importante que exerce dentro das empresas. Os empregados são os verdadeiros responsáveis pelo lucro e crescimento das companhias”, afirma.
De acordo com a lei de greve, é vedada a rescisão de contrato de trabalho durante a greve, bem como a contratação de trabalhadores substitutos. É garantida também a manutenção dos empregos, já que a partir do momento da comunicação e da deflagração da greve, fica proibido demitir ou coagir os funcionários.