As paralisações estão suspensas, mas o estado de greve permanece, com garantia de estabilidade aos funcionários do setor
25/02/2014 - 01h55
Julgamento
Os índices do dissídio coletivo dos trabalhadores em Tecnologia da Informação (TI) serão decididos na Justiça. Houve um tentativa de conciliação pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT), na sexta-feira, mas sem sucesso. Enquanto isso, a categoria mantém o estado de greve, com estabilidade para todos os empregados do setor, mas estão suspensas as manifestações e paralisações.
De acordo com o diretor da regional de Araraquara do Sindicato dos Trabalhadores em Processamento de Dados (Sindpd), Daniel Forini, a greve poderá ser retomada caso haja algum desrespeito aos direitos previstos na Lei de Greve e após decisão em assembleia e comunicação prévia às empresas. No entanto, por hora, a recomendação aos trabalhadores é que permaneçam em seus postos.
Forini explica que, desde a deflagração da greve, estão garantidos aos trabalhadores os direitos de estabilidade e de proteção contra qualquer tipo de pressão da classe patronal. “Isso permanece durante todo o período de julgamento do dissídio e por mais 90 dias após a decisão”, afirma. “Nós do Sindpd iremos monitorar a manutenção desses direitos e, caso haja desrespeito por parte de alguma empresa, orientamos o funcionário que nos comunique, para que possamos agir.
Na manhã da última sexta-feira, quando foi deflagrada a greve em todo o estado de São Paulo, o Sindpd realizou um movimento de greve em frente à Hewlett-Packard (HP) em Araraquara. Cerca de 30 pessoas do Sindicato estiveram no local com faixas e panfletos informando os funcionários da empresa sobre a greve e os seus direitos.
O Sindpd já conseguiu firmar Acordos Coletivos de Trabalho com 140 empresas, que aceitaram estabelecer reajuste nos salários de 7,5%; nos pisos, de 8%; VR de R$ 15,00, sem desconto para os trabalhadores; e PLR para todos a ser negociada por comissão de trabalhadores eleita e pelo Sindpd. Esta foi a mesma proposta apresentada no TRT, mas sem adesão da classe patronal, representada pelo Sindicato das Empresas de Processamento de Dados e Serviços de Informática do Estado de São Paulo (Seprosp).
De acordo com Daniel Forini, a principal luta do Sindpd é para garantir a todos os trabalhadores do setor os mesmos direitos. Hoje, a PLR e o VR não são obrigatórios para as pequenas empresas. Além disso, o Sindicato também quer que a categoria tenha licença-maternidade de 180 dias.
“Quando permitimos que empresas menores mantenham profissionais especializados com piso pequeno e sem benefícios, toda a categoria é prejudicada. Lutamos por igualdade aos trabalhadores da TI”, afirma Forini.