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01/04/2014 - 04h15

Atletas e comissão técnica da Ferroviária/Fundesport sabem que nada está decidido, sobretudo pela capacidade do São José. Mas sabem também que o placar de 1 a 0, conquistado em casa, hoje (30/3), com superação e amor à camisa – ou ao manto grená, como observou Douglas Onça no domingo passado –, deixa a equipe em vantagem para a partida da volta. Nossas Guerreiras Grenás jogam por um empate, no Vale do Paraíba, dia 13, para presentear Araraquara com o tão sonhado título da Copa do Brasil 

Jogando com muita determinação e raça, no limite de sua capacidade técnica, tática e física, a Ferroviária/Fundesport conseguiu um resultado importante, hoje (30/3) à tarde, na Arena da Fonte, contra o São José. Com um gol da centroavante Paula, após escanteio cobrado por Maurine, as Guerreiras Grenás venceram por 1 a 0 e agora dependem de um empate, em São José dos Campos, no dia 13 de abril, para ficar com o título da Copa do Brasil. 

A Ferroviária foi melhor em todo o primeiro tempo. Logo no início, Raquel recebeu no bico esquerdo da área, girou e bateu de fora. A bola acertou o travessão e quicou. Ninguém chegou para concluir. 

O São José era perigoso nos contra-ataques, ora com a condução da ex-afeana Andressa Alves ora pela velocidade e habilidade de outra ex-afeana, a camisa 11 Chu. 

As melhores jogadas da Ferroviária saíam pela direita. Via de regra, Daiane explorava os pivôs de Paula, que buscava trabalhar com Maurine. Por ali, o gol quase saiu na metade da etapa inicial. Maurine recebeu na ponta e fintou Michele; em vez de cruzar, a camisa 5 bateu rasteiro. Thaís espalmou e a defesa afastou. 

Maurine teve participação em mais dois lances. Primeiro, na tentativa de cruzar, quase mandou direto para as redes. A bola saiu por pouco. Depois, alçou com precisão no segundo pau, Mônica golpeou firme de cabeça, mas Thaís, segura, defendeu sem rebote. 

Apesar do volume, a Ferroviária não conseguiu levar a superioridade para o placar. No intervalo, o técnico Douglas Onça elogiou o posicionamento e o esforço das meninas, e pediu “mais convicção nas preparações que antecedem as finalizações”. Na sequência, disse para as atletas “encher os pulmões e concluir com mais certeza”. 

Deu certo. Logo aos dois minutos, Maurine cobrou escanteio da direita. A bola atravessou a área e chegou até Paula, que ajeitou na coxa e mandou no cantinho de Thaís: Ferroviária 1 a 0. 

A partir daí, o São José passou a pressionar, acuando a Ferroviária. Adriane Nenê acompanhava a talentosa lateral Polyana – e Bia, Maurine e Paty tentavam fechar o meio. O técnico Jeferson Félix tirou a meio-campista Carlinha e colocou Maria para atacar com três mulheres de frente. 

A história se invertia: o São José tinha mais posse e volume e a Ferroviária explorava os contra-ataques. Um deles rendeu escanteio, desta vez pela esquerda. Maurine cobrou com força e efeito, Mônica resvalou e a bola saiu tirando tinta, com Thaís já batida no lance. 

Em outro contra-golpe de velocidade, Adriane Nenê puxou pela esquerda e acionou Rafaela Travalão, que havia entrado no lugar de Paula. A atacante dominou e bateu. Thaís soltou e correu para o rebote, mas Raquel chegou primeiro, driblou a goleira, ajeitou e cruzou. A própria Thaís esticou a mão para cortar e Michele rasgou para longe. 

Na chance mais clara do São José, Luciana operou um milagre e salvou a Ferroviária. Após um chutão do meio-campo, a bola encobriu a zagueira Marina. Giovânia acreditou na jogada e chutou à queima-roupa. Luciana, bem posicionada, encaixou a bomba, sem rebote. 

Quase nos acréscimos, depois de um bate-rebate dentro da área da Ferroviária, o São José teve duas chances para empatar, mas os arremates foram obstruídos pelo congestionamento. No último, a bola subiu e saiu. 

Quando a árbitra ergueu os braços e determinou o fim dos primeiros 90 minutos, o técnico Douglas Onça sabia que estava diante de um passo importante. “Vencemos uma equipe extremamente qualificada, repleta de valores individuais e com um jogo coletivo muito forte. O título está aberto, é claro, mas foi um grande resultado, até porque não levamos gol em casa”, disse, exausto. 

A Ferroviária joga no Vale do Paraíba por um empate – qualquer placar. Se fizer um gol, o São José passa a ter de fazer três. Vitória do novo mandante por 1 a 0 leva a decisão para os pênaltis. Onça não poderá contar nem com a lateral-esquerda Mônica, que levou seu terceiro amarelo quando matou um contra-ataque do São José, nem com a meia-atacante Raquel, expulsa, com o segundo amarelo, no finalzinho do jogo. 

O São José terá Formiga de volta, que cumpriu suspensão hoje. O técnico do São José, Jéferson Félix, enalteceu a partida da Ferroviária, reconhecendo a superioridade das Guerreiras Grenás no primeiro tempo. “Melhoramos no segundo tempo e tivemos oportunidades para empatar, mas não conseguimos. Foi um grande jogo, com duas equipes de nível muito alto, que não chegaram à final à toa”. 

Para o segundo confronto, Félix disse que não resta alternativa para sua equipe. “Precisamos da vitória e teremos de partir para cima da Ferroviária”. 

O campeão da Copa do Brasil representará o país na Taça Libertadores da América, principal competição sul-americana, da qual o São José é o atual campeão. No dia 13 de abril, a partir das 16h, os dois times duelam novamente. Um deles erguerá o troféu. 

FICHA TÉCNICA 

Ferroviária/Fundesport (SP) 1 x 0 São José E. C. (SP)

Data: 30/03/14 | 16h

Local: Arena da Fonte

Cidade: Araraquara (SP)

Arbitragem: Edilar Ferreira (CBF-1/SP) 

FERROVIÁRI/FUNDESPORT: Luciana; Daiane, Marina, Géssica e Mônica; Bia, Maurine, Patrícia (Dioneide) e Raquel; Adriane Nenê e Paula (Rafaela Travalão). Técnico: Douglas Onça. 

SÃO JOSÉ E. C.: Thaís; Polyana, Bruna Benites, Gislaine e Mari; Michele, Carlinha (Maria), Priscilinha (Michele Carioca) e Andressa Alves; Giovânia e Chu (Carolzinha). Técnico: Jeferson Félix. 

GOL: Paula (47’)

CARTÕES AMARELOS: Mônica e Raquel (Ferroviária); e Gislaine (São José)

CARTÃO VERMELHO: Raquel (segundo amarelo)