Balanço final: Joia Rara termina com pontos positivos e negativos

Na última sexta-feira (04/04), a TV Globo exibiu o último capítulo de “Joia Rara”. A novela das seis iniciou com dificuldades na audiência. A trama de Duca Rachid e Thelma Guedes não sustentou os índices da antecessora “Flor do Caribe”. Somente do meio para o final, o folhetim  entrou com mais facilidade na casa dos 20 pontos. O amor entre o avô Ernest (José de Abreu) e Pérola (Mel Maia) marcou esse momento.   

O telespectador parece que aprovou a mudança no perfil do então vilão. Diferente de “Amor à Vida”, novela que também explorou reviravoltas no antagonista, mas sem punição no final (Félix apenas vendeu hot dog na 25 de março..), Ernest foi preso e morreu em uma troca de tiros com a Polícia.   

Os protagonistas funcionaram muito bem em “Joia Rara”. Bruno Gagliasso e Bianca Bin deram a chamada “química” ao interpretarem o casal Franz e Amélia.  A atriz mirim Mel Maia também brilhou. A menina praticamente sustentou a novela, principalmente do meio para o final. 

Por outro lado, a temática budista não se encaixou na novela de época. A faixa horária, que normalmente explora a religiosidade, resolveu abordar uma religião pouco conhecida pelos brasileiros.  O clima “zen” dominou o núcleo. O budismo não conquistou a repercussão do espiritismo retratado em “Alma Gêmea”, por exemplo. Porém, no último capítulo, a atriz Gloria Menezes conseguiu passar a mensagem da religião em um bonito encerramento.   

Também destaco a boa participação especial de Armando Babaioff que interpretou Aderbal Feitosa nesta reta final da novela. O ator superou o desafio de encarnar, mais uma vez, um homoafetivo.  Babaioff imprimiu uma identidade própria ao radialista. Não adotou um “Vale a Pena Ver de Novo” com Thales, de “Ti-Ti-Ti”, que enfrentava situação semelhante. O personagem sofreu uma mudança de rota, mas com bom embasamento das autoras e equipe. Ficou interessante, apesar do final truncado em Paris. Faltou um melhor desenvolvimento no desfecho da história com Joel (Marcelo Médici).   

Enalteço ainda outras boas participações: Thiago Lacerda (Toni), Luiza Valdetaro (Hilda), Luana Martau (Creotina) e Leandro Lima (Davi). Também os musicais apresentados no cabaré foram um show à parte. Ótimos momentos da novela. Direção de arte competente.  

Entre os pontos negativos, fica a falta de “coragem” da direção que não apostou em um elenco  menos desgastado no vídeo. Alguns papéis poderiam ter sido desempenhados por outros atores e atrizes que buscam mais espaço na emissora. Além disso, Cláudia Missura (Dona Conceição) e Cacau Protásio (Lindinha) não desencarnaram ainda das empreguetes de “Avenida Brasil”.  

Agora chegou a vez de “Meu Pedacinho do Chão”.