Fotógrafo: João Carlos
29/04/2014 - 02h09
O FIDESP – Fórum Internacional de Dança de São Paulo chega a Araraquara na terça-feira (29), trazendo para a abertura do evento o espetáculo “Les Ballets de Battiseurs”, com a francesa Cie Ladainha, às 19 horas, na área externa do Teatro Municipal. Na sequência, às 20 horas, o Grupo Experimental (Recife) apresenta “Lúmen”, no palco do Teatro Municipal.
Os ingressos são gratuitos e podem ser retirados na bilheteria do teatro, uma hora antes da apresentação. A programação segue na sexta, dia 02, com o espetáculo “Fit Misfit”, às 20 horas, no Teatro Municipal, com bailarinos da Cia. Lux Boreal (México) e Iseli-Chiodi Dance Company (Irlanda).
No sábado (03), quatro apresentações na Praça Scalamandré Sobrinho encerram o FIDESP, a partir das 18 horas. Participam da programação: BBoy Ticko, de Votuporanga, com “Hip Hop na Mala”; Zilda Arali e Júlio César, respectivamente de S. José do Rio Preto e Araraquara, com “Tributo”; a Cia Lúdica de Artes, de S. José do Rio Preto, com “Duo Desapego e Violão”; e os argentinos da Cia. Blick, com “Te Bailo”.
O evento tem o patrocínio da Caixa e Ministério da Cultura, por meio do Edital Funarte para Realização de Encontros, Seminários, Mostras, Feiras e Festivais, além do apoio da Prefeitura de Araraquara (Secretaria municipal da Cultura e Fundart).
“Ballet des Bâtisseurs” – Cie. Ladainha (França)
“Ballet des Bâtisseurs” ou “Bailado dos Pedreiros” é um projeto artístico sobre solidariedade e comunidade, onde mais de 50 participantes investem em um espaço público para construírem, em terra e dança, uma escultura que irá agir como testemunha desta aventura humana.
“A dança é uma arte efêmera, ela deixa traços apenas em nossas memórias. Nós sentimos a necessidade de instigar um ato positivo e construtivo que marcasse solidamente o cenário contemporâneo”, contam os diretores e coreógrafos: o brasileiro Armando Pekeno e a inglesa Michelle Brown.
A escultura que se forma conta a história dos movimentos dos bailarinos, por suas formas e impressões. O corpo é a história e a terra ou argila é utilizada como tinta, construindo um manuscrito sob a forma de uma escultura que pode ser lida e traduzida por cada observador a sua maneira. O processo de construção é apenas uma questão de cooperação mútua. Neste movimento coletivo, cada indivíduo pode traçar seu caminho e deixar sua própria marca.
“Neste trabalho nós resgatamos a idéia da interação comunitária independente de qualquer disparidade etária, condição física e classe social. Juntos nós podemos ser agentes e causarmos efeitos positivos sobre os outros e sobre o futuro”, explicam os artistas.
A Cie.Ladainha é o resultado do Sul encontrando o Norte: Armando Pekeno, brasileiro e Michelle Brown, inglesa.
Armando iniciou sua carreira na dança logo aos 17 anos, em tournée pela Europa com a Orquestra Afro Baianais, dirigida por Emilia Biancardi. Em 1980 ele foi recrutado como membro fundador e mais tarde se tornou solista e coreógrafo do Balé do Teatro Castro Alves.
Ao longo de seu trabalho com o balé, Armando inspirou diversos grupos em Salvador e desenvolveu uma sólida reputação por sua capacidade de manter suas raízes afro-brasileiras dentro de uma investigação profundamente contemporânea.
Michelle estudou no Laban Center for Movement and Dance em Londres, viajando com “Transitions88” pela França, China, Hong Kong, Taiwan. Em 1989 ela foi para a França com a Cia Beau Geste e lá permaneceu trabalhando com diversas companhias, incluindo DCA para o ballet nos elásticos para a Albertville Olympics1992, até formar a Cie Ladainha, com Armando Pekeno, em 1992.
A Cie Ladainha foi criada primeiramente no Brasil, antes de se mudar para a Inglaterra e, finalmente, achar sua residência na França. Desde 1997 a Ladainha tem sua sede em Rennes Brittany, onde foi vencedora inúmeras vezes do prêmio regional para criação coreográfica.
A Cia tem se apresentado por toda a França e também em tournées pela República Tcheca, Inglaterra, Brasil (São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Tocantins, Goiás e Salvador), Bolívia, USA, México, Mali, Togo e Benin.
Ficha Técnica:
Coreografia e direção artística: Armando Pekeno & Michelle Brown
Música: Eric Trochu
Interpretação: Cie Ladainha, voluntários da Bretagne e de São Paulo
Produção Cie Ladainha: Estelle Gouvenelle
Classificação indicativa: Livre
“Lúmen” - Grupo Experimental (Recife - PE)
Para o FIDESP o grupo apresenta o espetáculo “Lúmen”, produzido em2002, e que foi remontado em dezembro de 2013 num programa que reuniu quatro obras do grupo.
Como em um roteiro cinematográfico, o “Lúmen” do Experimental descortina as emoções e apresenta uma síntese das relações humanas que sempre protagonizaram as criações do grupo.
As questões que servem de trilha para esta composição coreográfica provocam uma discussão atual: a tecnologia está a serviço do corpo ou seria o contrário? A vida imitando a arte ou vice-versa?
Sem pretender “as respostas”, Lúmen se constrói falando de amor, de modo confessional: aliás, como na própria história do cinema. O uso da tecnologia aliado à dança resultou nessa experiência inovadora. Um passo a mais na construção de uma linguagem corporal sólida, Lúmen inaugurou uma fase de amadurecimento, porque experimentar é tornar-se experiente em: adestrar-se, exercitar-se, treinar.
Com 20 anos de atuação, o Grupo Experimental revive seus anos de carreira, tendo o corpo como lugar de encontro. Assim, as relações com o outro e com os lugares abrem-se em dança, revelando o que há de mais humano no indivíduo.
Ficha Técnica:
Coreografia: Mônica Lira
Concepção: Marcelo Zamora e Mônica Lira
Intérpretes: Everton Gomes, Gardênia Coleto, Lili Rocha, Januária Finizola, Jennyfer Caldas, Jorge Kildare, RafaellaTrindade e Ramon Milanez
Figurino: Marcondes Lima
Iluminação: Beto Trindade
Vídeo: O amor é... (Daniel Silva e Adelmo do Vale)
Pesquisa trilha sonora: Marcelo Zamora e Mônica Lira
Fotos: Sobrado 423 (Camila Sergio e Rogério Alves) e Hans Von Manteuffel
Classificação indicativa: Livre
SERVIÇO:
FIDESP - Fórum Internacional de Dança de SP
Data: terça-feira (29 de abril)
19 horas: “Les Ballets de Battiseurs” - Cie Ladainha (França)
Local: área externa do Teatro Municipal
20 horas: “Lúmen” - Grupo Experimental (Recife)
Local: palco do Teatro Municipal
Grátis – os ingressos devem ser retirados na bilheteria do teatro, uma hora antes da apresentação
