Programação paralela, com palestras e workshops, teve participação bastante expressiva e muito boa aceitação entre os participantes
Fotógrafo: João Carlos
14/08/2014 - 04h07
10 mil pessoas
Não só de shows vive o rock’n roll! Uma das bem sucedidas apostas do Araraquara Rock 2014 veio de sua programação paralela: palestras preventivas ao uso de drogas para adolescentes e workshops de formação para artistas e produtores musicais. A Secretaria Municipal da Cultura e a Fundart, com o apoio do SESC, com a aposta na programação de formação, foram certeiros e atingiram um público ainda maior com as atividades propostas.
A prevenção e orientação de drogas, com palestras de Fabian Penyy Nacer, priorizaram o público jovem, com idade entre 12 e 16 anos de idade, de escolas públicas e particulares, além de pais, educadores e profissionais da área. Aproximadamente 1360 pessoas, entre jovens e adultos, participaram das atividades que foram realizadas na Escola Municipal de Dança Iracema Nogueira e também no Palacete das Rosas.
Fabian Penyy Nacer é teólogo pós-graduado em Psicopatologia, especialista em dependência química. Ele é referência de transformação e experiência de vida nas escolas pelo Brasil, sendo considerado um ilustre consultor para escolas e clínicas – ele faz palestras em clínicas, empresas e escolas sobre tratamento e prevenção de álcool e drogas.
Já os workshops contaram com 190 participantes. A programação contou com o Workshop de Gestão de Carreira Artística: Marketing e Comunicação para Músicos e Produtores, seguido na terça por uma roda de discussão mediada por Miguel de Laert, Cleber Shimu e Rafael Barone. As atividades tiveram todas as vagas preenchidas e foi sucesso entre os participantes.
Na mesma semana, foram realizados os workshops “Vivendo da Música”, com Cleber Shimu e banda, e “Riffs e Improvisação Rock!!”, com Fabio Ventrilho. Criação, produção, experiências e influências foram abordados, com uma efetiva participação dos artistas e produtores da cidade e região.
Vale destacar o bate-papo durante o Cine Rock na Praça, durante a Seda – Semana do Áudio Visual, com os produtores do documentário “Aliens 69: Quando os Rolling Stones invadiram Matão” (2013), Fernanda Vilela e Rafael Zocco, juntamente com Breno Rodrigues, destacando a discografia da banda inglesa, o cinema francês e passagem de Mick Jagger e Keith Richards por Matão, cidade vizinha de Araraquara. O Cine Rock exibiu, ainda na Praça das Bandeiras, o filme “Sympathy for the Devil – The Rolling Stones” (1968), do diretor francês Jean-luc Godard.
Shows - De acordo com a comissão da mostra, aproximadamente 10 mil pessoas participaram dos diversos eventos e atividades propostas. Somente no Cear, nos três dias de shows, o público estimado foi de 7,6 mil pessoas, tendo seu maior momento no sábado, com aproximadamente 3,8 mil pessoas tendo passado pelos shows do palco onde tocaram os Ratos de Porão.
A abertura do festival, no Ginásio do SESC Araraquara, contou com a banda Sepultura. Junto com os shows dos Ratos de Porão, Olho Seco e Project 46, o Sepultura foi um dos grandes destaques da programação deste ano.
Vale apontar ainda o show da banda convidada, a araraquarense Dead or Alive, como um dos pontos altos do evento. Ainda, as também araraquarenses Suffler e Os Capial garantiram os postos de “revelação” do festival, e a No Hands ganhou projeção com a música tema do festival que era tocada nos intervalos dos shows.
Mudança - A comissão destacou alguns pontos que foram bastante positivos devido à mudança do local do evento, como a melhor infra-estrutura, por exemplo. No Cear as bandas têm melhor acesso ao palco, podendo descarregar seus equipamentos com veículos – o que não era possível no Teatro de Arena.
Também, uma melhor recepção das bandas é viável, com os camarins e banheiros usados do Centro de Convenção. O maior espaço para o público divide opiniões, mas é certo que em um show como foi o dos Ratos de Porão, seria impossível receber a todos no Teatro de Arena.
Fora isso, ainda contam positivamente para a mudança do espaço: a acessibilidade ao palco para cadeirantes e pessoas com deficiência e o melhor controle da entrada.
Solidariedade - Os roqueiros garantiram a mobilização e se mostraram solidários com a doação de alimentos não perecíveis para a entrada nos shows do Cear. Foram arrecadados 1.213 quilos de alimentos que foram enviados ao Fundo Social de Solidariedade e serão repassados às famílias dos participantes da Banda Marcial Olávio Fellippe – Dragões de Araraquara.
Outro ponto bastante comemorado pela organização foi a consciência ecológica do público na limpeza do Cear: a maioria colaborou e dispensou seu lixo nos espaços apropriados para isto.