21/06/2011 - 02h49
O presidente do PT-SP e deputado estadual Edinho Silva abriu o Encontro das Macros do PT, realizado na sexta-feira (17) e sábado (18) em Sumaré com a participação do ex-presidente Lula. A atividade ainda contou com a presença de 1.200 delegados do PT, além da Senadora Marta Suplicy, o Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, Zé Dirceu, parlamentares e prefeitos.
Edinho apontou os temas que norteiam o debate entre os delegados ao Encontro, após a realização de 19 seminários nas macrorregiões, com mobilização de cerca de dez mil militantes e lideranças políticas de todo o estado. Ele explicou ao presidente como se deu o debate, com o chamado ao partido para opinar sobre sua organização e a própria reestruturação das macros. Informou que em 7 de agosto ocorre o Processo de Eleições Diretas (PED) do PT-SP para transformar as 164 Comissões Provisórias em Diretórios Municipais. “Queremos que o PT tenha Diretório em todo o estado e que apenas as 23 cidades que não têm PT sejam as únicas com Comissões Provisórias, para que o PT tenha tática eleitoral em todos os 645 municípios paulistas”, justificou.
Edinho ressaltou a importância do PT ter um diagnóstico político de cada município. “Precisamos procurar nossos aliados para construir a base de apoio que o senhor e a presidenta Dilma construíram durante esses oito anos”, propôs o líder petista. O dirigente defendeu que o PT organize sua chapa de vereadores ainda em 2011, para que em 2012 esteja pronto para dialogar com a sociedade, apresentando o projeto alternativo do PT para São Paulo.
“É inegável a ofensiva do PSDB nas cidades e regiões metropolitanas em que o PT governa”, afirmou Edinho. Ele ressaltou ao presidente Lula a necessidade do partido apoiar os governos do PT na relação com o governo federal, já que há uma omissão do governo estadual nessas cidades.
Edinho apontou o modo como o PSDB estrutura um sistema de saúde paralelo, em vez de fortalecer o Sistema Único de Saúde. Também criticou a política de pedagiamento das estradas paulistas, que promove um esvaziamento de investimentos nas regiões mais distantes. Citou a falta de investimentos em saneamento nas regiões metropolitanas para impedir que essas cidades sejam tomadas pelas águas. Também não existe política de transito e transporte.
“É possível que o PT lidere um campo político capaz de dar sustentação ao nosso projeto”, enfatizou Edinho, defendendo uma política de alianças semelhante a que ocorre em nível federal. “Queremos que São Paulo deixe de ser a trincheira da oposição, para que nosso estado desequilibre o jogo a nosso favor”, disse.“É preciso fazer em São Paulo aquilo que o senhor fez no Brasil e que Dilma está fazendo pelo país”, afirmou. Edinho explicou que cada um dos mais de mil delegados ao encontro fez esse debate e contribuiu para a construção coletiva desse projeto.
O presidente do PT defendeu que o partido mergulhe e lidere o processo de debate da Reforma Política. “A sociedade ainda não compreendeu a importância da Reforma Política, mas o PT saberá aglutinar forças em torno de sua proposta”, garantiu Edinho. O documento aprovado no Encontro das Macros, segundo Edinho, será o fio condutor desta proposta de ação política do PT.
Lula
Ovacionado por petistas de centenas de cidades, Lula fez algumas recomendações.
“Em determinadas situações precisamos juntar todos os diferentes para lutar contra os antagônicos”, disse Lula parafraseando o educador Paulo Freire, para ajudar na reflexão da militância sobre a política de alianças nas chapas que serão constituídas para 2012. Lula pediu que não haja ingenuidade para permitir que sejam feitas as mudanças necessárias.
Para isso, a unidade será essencial, incluindo aqui o Congresso Nacional, ao alertar para tentativas de divisionismo fomentadas por outros partidos, caso o PT não esteja coeso na ação. Ele também pediu que cada deputado/a estadual e federal dedique um final de semana para o partido. “Visite a comunidade que não seja base dele. Estou muito feliz porque o Rui Falcão, que é paulista e morre de medo de avião, tem viajado o Brasil inteiro. É isso que temos de fazer”, conclamou Lula.
Na avaliação do ex-presidente, “nunca antes na história desse pais, tivemos condições tão favoráveis” para ganhar as eleições no Estado de São Paulo. A interiorização é essencial para o diálogo, assim como na utilização dos veículos de comunicação locais, que propiciam um alcance maior da população.
Desenvolvimento equânime
O modo de governar o país não apenas foi aprovado por mais de 80% da população, como foi reafirmado nas urnas pela eleição de Dilma e agora está sendo exportado para outros continentes. Entre os projetos que está envolvido estão a criação do instituto de políticas públicas para a America Latina e também para a África. As iniciativas visam contribuir com o desenvolvimento dos continentes. “A África não pode ficar aprisionada”, advertiu. Ele também antecipou que no ano que vem irá se dedicar ao mapeamento do Brasil.