Ferroviária participa de pesquisa inédita da UFSCar para melhora do desempenho

Objetivo é analisar o impacto do treino dos músculos respiratórios, em especial o diafragma, na tolerância ao exercício

24/10/2014 - 23h39

As atletas da Ferroviária/Fundesport foram escolhidas para participar de um estudo pioneiro que promete trazer importantes resultados para a prática esportiva, com significativa melhora de desempenho. A pesquisa será realizada por um grupo de pesquisadores da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), tendo como responsáveis os alunos de doutorado Bruno Archiza e de pós-doutorado, Drª. Daniela Andaku Olenscki, sob a coordenação da Profª. Drª. Audrey Borghi e Silva, e colaboração do Prof. Dr. André Capaldo do Amaral, do Centro Universitário de Araraquara (Uniara).

O objetivo é analisar o impacto do treino dos músculos respiratórios, em especial o diafragma, na tolerância ao exercício de alto desempenho. Para isso, as atletas participantes vão utilizar um aparelho específico para treinar e aumentar a força e resistência do diafragma. Enquanto isso, as jogadoras vão realizar uma série de avaliações para que os resultados sejam verificados.

O diafragma é o principal músculo responsável pela respiração, auxiliando os pulmões na captação do oxigênio para que todos os músculos do corpo possam funcionar corretamente. Durante a realização de atividade física intensa, no entanto, pode surgir aumento do trabalho respiratório, induzindo a modificações do fluxo sanguíneo. Estas modificações comprometem a capacidade de exercício pela redução da distribuição de sangue para os músculos que são exigidos durante a atividade desportiva, diminuindo o rendimento.

O doutorando Bruno Archiza explica a importância do estudo e como os resultados podem ajudar na melhora do desempenho.  “Pesquisas semelhantes já foram realizadas antes com nadadores, corredores e com jogadores do futebol masculino, mas nunca nada foi feito com atletas do futebol feminino, por isso propusemos a parceria. É difícil melhorar o rendimento de um atleta profissional porque ele já trabalha praticamente em seu limite. Neste caso, treinando o diafragma, a probabilidade de bons resultados é grande”, diz. “O que esperamos é que com o diafragma treinado, as atletas tenham melhor desempenho em campo, menor sensação de cansaço e, possivelmente, redução dos sintomas de fadiga muscular.”

Os treinamentos e avaliações vão começar no início do ano que vem, com duração de dois a três meses. “Em 2015 o futebol feminino terá a Copa do Mundo no Canadá, então queremos terminar os trabalhos antes disso, pois sabemos que a possibilidade de convocações é grande. Depois da análise dos dados obtidos, caso os ganhos se confirmem, as atletas poderão incorporar esse treinamento na rotina diária de preparação”, acrescenta Archiza.