Estiagem prolongada de 174 dias provoca maior crise hídrica da história de Araraquara

O prefeito Edinho esteve na represa de captação de água das Cruzes, que apresenta reflexos graves da seca prolongada

23/09/2024 - 23h00

Mesmo com investimentos da ordem de R$ 35 milhões nos últimos anos em novos poços artesianos, novos reservatórios e expansão de redes de água do Departamento Autônomo de Água e Esgoto (DAAE), Araraquara enfrenta hoje a maior crise hídrica de sua história, resultado de 174 dias sem chuvas constantes, capazes de abastecer de forma adequada represas e reservatórios.

Na manhã desta segunda-feira (23), o prefeito esteve na represa de captação de água das Cruzes, acompanhado de Ada Salmazo, superintendente do DAAE, e de Alexandre Pierri, diretor Comercial e de Relações Institucionais do Daae. 

“Estamos aqui na captação de água das Cruzes, e a situação da queda d’água é reflexo da grave estiagem enfrentada pela nossa cidade e por todo o País. Essa crise hídrica é consequência das mudanças climáticas que o mundo tem enfrentado e que está afetando o Brasil e todas as cidades do Estado de São Paulo. Aqui em Araraquara, a crise só não é pior, porque nós investimos muito nos últimos anos”, declarou o prefeito, em live transmitida em suas redes sociais.

O prefeito ressaltou que, desde 2017, foram perfurados 10 novos poços artesianos e construídos 3 novos reservatórios em pontos estratégicos de Araraquara, que somaram cerca de R$ 35 milhões investidos, além de 130 quilômetros de redes que foram expandidas e modernizadas.

“Neste momento de estiagem extrema, a população também precisa participar, não lavando calçadas, não reabastecendo piscinas, enfim, usando a água com muita racionalidade. Nós vencemos uma pandemia, depois vencemos os estragos causados pelas chuvas no final de 2022 e, neste momento, somos confrontados com mais um desafio. Mas eu sei que, juntos, nós vamos conseguir superar essa crise hídrica. Tecnicamente, tudo o que é possível está sendo feito, com manobras, jogando água de um reservatório para outro, mas é importante todos participarem e não desperdiçarem água”, enfatizou Edinho.

 

Operação estiagem

Para enfrentar essa grave crise hídrica, o DAAE teve que implantar a Operação Estiagem em alguns pontos da cidade. Isso porque 35% de toda água distribuída em Araraquara vem de rios existentes no município e, com este cenário de seca severa e temperaturas elevadas acima da média para o período do ano, os rios e as represas de duas de três captações apresentam reflexos, com a redução em mais de 90% dos volumes, impactando no abastecimento público.

A cidade é dividida em setores de abastecimento em função das fontes de produção de água que podem ser superficiais (rios e córregos) e subterrâneas (poços profundos). As fontes de captações subterrâneas não sofrem os impactos da estiagem severa. Já as fontes de captações superficiais (represas dos Ribeirão das Cruzes, Córrego Água dos Paióis e Ribeirão das Anhumas) que dependem da chuva regular, são as que estão diretamente impactadas pela seca.

Setores de abastecimento que são exclusivamente abastecidos por poços não estão sendo afetados pela Operação Estiagem, mas, os setores abastecidos em parte ou no todo por água proveniente das represas, necessitam de limitações na regularidade do fornecimento de água em função de uma matemática simples. Há mais demanda de quantidade de água para consumo pela população nestes setores do que a quantidade de água que os rios podem ofertar neste momento climático atípico.


O saldo negativo desta conta só não é maior, pois existe a possibilidade de alguns setores abastecidos por poços auxiliarem nesta demanda de consumo, mas existe uma limitação hidráulica e topográfica, não sendo possível suprir toda a demanda, principalmente, em dias e horários de maior consumo.

Neste contexto, os setores Fonte (zonas alta e média), Vila Xavier (zona alta) e Paiol (zona alta) são os setores que estão incluídos na Operação Estiagem.

Independentemente do setor de abastecimento, o Daae e a Prefeitura mantêm o apelo à população quanto a economia e uso racional da água durante este período de seca extrema.